terça-feira, 30 de julho de 2013
Um pouco de polêmica:depoimento de BORIS PAHOR-parte 2
Aqui a segunda parte do depoimento do escritor esloveno BORIS PAHOR ,publicado no site PAULOPES.A sua história é comovente!VAMOS CONFERIR!
"Eu estudei a matéria por dois anos, mas continuava sendo marcado pela dúvida com relação à fé. (...) No fim, eu decidi abandonar a teologia e fui então considerado apto aos trabalhos: fui chamado às armas e acabei no regimento que me foi atribuído na Líbia(FOTO ABAIXO). (...)
Tendo voltado a Trieste(FOTO ABAIXO) depois do dia 8 de setembro de 1943, tornei-me militar foragido por não ter cumprido a ordem de me apresentar ao comando alemão e me uni à luta clandestina antinazista. Eu era sargento. Obviamente, a Gestapo levou isso conta: acabava-se em um campo de concentração se não se aceitava combater ao seu lado, mas no meu caso foi um texto antinazista encontrado na minha casa pela milícia eslovena colaboracionista, que tinha um quartel em Trieste, que me abriu as portas do campo de concentração.
Foi no campo de Struthof-Natzweiler, nos Vosges, que ficou vivo em mim o fator religioso. O campo era feito de terraços. Na parte mais baixa, estava o forno crematório que estava sempre ativo, durante o dia com o cheiro insistente, de noite com a chama sempre presente acima do tubo metálico que servia de chaminé. Uma noite, reunidos nos terraços, tive a impressão de que estávamos enfileirados em uma pirâmide entre os montes devotados ao nada. Eu rezei. Foram três Ave-Marias em esloveno, acompanhadas do compromisso de ir ao santuário da montanha dedicado a Nossa Senhora de Svete Višarje (o Monte Santo de Lussari-FOTO ABAIXO, Luschariberg em alemão, de 1.700 metros de altura), aonde, quando estudante, íamos escondidos para estudar a nossa história e literatura.
Foi a única vez que eu rezei, porque depois, graças a uma infecção na mão, eu pude entrar em contato com o médico Jean Lareyberette, com o qual eu tive um diálogo em francês. Graças a isso, o doutor me indicou ao doutor Poulsen,e eu me tornei o seu intérprete, condição que me permitia passar por cima da convocação às varandas esculpidas na parede da montanha a 1.800 metros, com a neve e com a chuva. (...)"
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário