O seu crescimento foi muito rápido : em 4 meses a pequena comunidade já tinha 406 habitantes , em 1862 exportou 130 arrobas de fumo e em 1876 existiam ali 24 fábricas e 9 estabelecimentos comerciais . Distrito de Itajaí a partir de 1873 , desmembrou-se daquele município em 1883 e até 17 de janeiro de 1890 chamou-se São Luiz Gonzaga , passando a partir de então a se chamar Brusque , numa homenagem a FRANCISCO CARLOS DE ARAÚJO BRUSQUE , o presidente da então província de Santa Catarina na época de sua fundação e que , diga-se de passagem não queria que aquela localidade tivesse o seu nome ( até parece os políticos de hoje , não é mesmo ? ) ........A partir de 1867 Brusque passou a receber levas de imigrantes irlandeses ( viveram durante um período bastante breve na colônia Príncipe Dom Pedro e que hoje equivale hoje ao município de Guabiruba ) , norte-americanos ( também viveram na mesma região que os irlandeses e , assim como os primeiros , por um breve período ) , italianos ( os mais numerosos depois dos alemães ) , franceses ( em número reduzido e geralmente em cargos burocráticos ) e poloneses ( que vieram a partir de agosto de 1869 e que assim como os irlandeses e norte-americanos estabeleceram-se onde hoje é Guabiruba , que só se emancipou de Brusque em 1962 ) . Aliás coube aos poloneses - em sua maioria tecelões oriundos da cidade de Lodz - dar início àquela que é a grande marca registrada de Brusque : A ATIVIDADE TÊXTIL . Porém , coube a um alemão natural da região de Baden e de origem francesa criar a primeira empresa têxtil , em 1892 : CARLOS RENAUX ( 1842-1945 ) , radicado em Brusque a partir de 1862 e que durante décadas foia figura mais influente da cidade , em todos os setores da sociedade ....... Além da excelência de seus tecidos Brusque também é cenário de uma impagável história erótico-cômica : certeza de muitos risos , HILTON GORRESEN , hoje ataca mais uma vez , tendo como cenário a dita "capital catarinense da indústria têxtil " ........CONFIRA :
"Toda semana se encontrava com a morena de Brusque . ( ABAIXO , VISTA GERAL DA CIDADE )
Ela era casada, sem filhos, o marido um funcionário miúdo de repartição pública.
Adorava tudo nela ( ABAIXO ) , as pernas roliças, sovando uma na outra, o dedão do pé mais curto, o suor fino no rosto e sobretudo o sotaque açoriano.
Encontravam-se perto da rodoviária ( ABAIXO ) ,
ele abria a porta do carro e vupt ! a morena se abancava e seguiam para o apartamento, às vezes para um motel.
Criativa, ela sempre inventava um troço diferente. O que ele gostava mais era o “castiguinho ' .
– Castiguinho não, pelo amor de Deus! – ele fazia encenação, fingindo que não queria, pra ficar mais gostoso. Ainda mais que ela falava ' caxtiguinho '
– O menino foi malcriado. Tem de levar caxtiguinho – dizia ela.
Certo dia:
– Hoje vai ser caxtiguinho duplo, acabei de inventar.
Com isso tinha conseguido dele o aparelho de som, a lavadora de louça, quitação do carnê do jogo de quarto, um aparelho de barbear
– presente para o maridão –, entre outros.
– Como é que você explica em casa esses presentes?
– Ele acha que tenho economias, do tempo de vendedora da Avon.
Um dia, o marido morreu. Afogado numa pescaria.
Compareceu ao enterro, só observando de longe. Viu o caixão baixar à cova, cheio de coroas de flores em cima,
uma velhinha seca que se lamentava,
abraçada a um jovem, e a morena de preto, fazendo seu papel de viúva inconsolável.
Imaginou que talvez fosse ele, o maridão defunto, que a levava aos encontros semanais, deixando-a na rodoviária. Era um reforço aos seus minguados vencimentos.
Acabou casando com a viúva.
Era um amor velho, já havia se acostumado a ela. Esta, por sua vez, para não perder o costume, arranjou um amante em Brusque. Era ele sair para o emprego, pegava o Fiat que ganhara de presente ( ABAIXO ) e ia encontrar o outro na rodoviária. Uma vez por semana.
Começou a desconfiar quando ela lhe deu uma jaqueta de couro no aniversário. Disse que eram economias de quando trabalhava com a Avon. Certamente não se lembrou de que ele ' já havia visto esse filme ' .
Precisava de provas. Assim como havia corneado o antigo marido com ele, quem sabe se também não o estava passando pra trás. Antes de chegar ao cúmulo de mandar segui-la, resolveu deixar um gravador escondido no quarto.
Será que ela se atreveria a trazer macho para seu ' santo lar ' ?
Vamos tentar... Qualquer evidência, levava o gravador para seu advogado ( ABAIXO ) e conseguia a separação numa boa. Adultério.
Não esperou muito. Numa sexta-feira, à noite,
ao rodar o aparelho, viu que havia algo gravado:
– Castiguinho não ! Eu não mereço. O que eu fiz pra ganhar castiguinho ? – era uma voz grossa, fingindo indignação.
– Foi um menino malcriado. Vai ganhar caxtiguinho triplo.
Triplo ? Com ele, nunca tinha chegado no triplo. Como seria ?
Desistiu de utilizar o material gravado. O juiz não ia entender essas intimidades. "
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