Sem dúvida alguma uma das maiores e mais valiosas criações da espécie humana atende pelo seguinte nome : LIVRO.......Pesquisando a história , tanto dos livros quanto dos registros escritos , nos deparamos com um fato curioso : em leilão realizado em 6 de dezembro de 1983 , na galeria SOTHEBY ´S , em Londres , um sujeito chamado chamado HANS KRAUS e representando uma entidade que atendia pelo nome de ASSOCIAÇÃO HERMANN ABS acabou arrematando um antiquíssimo manuscrito pela bagatela de 13,02 milhões de dólares , ou algo próximo pelos valores atuais de 52,08 milhões de dólares . O alto investimento era mais do que justificado : o manuscrito em questão tem 226 folhas , mede 34,3 por 25,4 centímetros , conta com 41 ilustrações de página inteira , tem o longo título de THE GOSPEL BOOK OF HENRY THE LION , DUKE OF SAXONY e teria sido escrito por volta do remotíssimo ano de 1170 por um monge chamado HERIMANN , na abadia de HELMERSHANSEN ( atual Alemanha ) .........Agora esqueça a alta quantia de dinheiro que trouxemos há pouco e pense em tipo de valor até mais precioso que o valor financeiro e tão valioso quanto a importância histórica do manuscrito : O VALOR HUMANO........Quantas ensinamentos essa antiquíssimo obra escrita teria passado ? Quantas vidas , a partir desses ensinamentos , teria sido mudadas ? Quantas dúvidas ele teria resolvido ou teria gerado ? Quantos questionamentos e complexas ideias teológicas teriam surgido a partir dali ? As perguntas que inevitavelmente surgem a partir de um objeto histórico tão importante só ressaltam a gigantesca que os livros e a própria escrita têm para a nossa espécie e por mais que a tecnologia avance em ritmo frenético , veloz e impressionante , ela jamais irá extinguir tanto o velho livro impresso quanto a escrita impressa . E quantas vezes seriam necessárias para se ler um livro ou um simples texto.......Bom , agora deixaremos que um especialista no assunto dê o seu parecer : na crônica de hoje - um verdadeiro texto de utilidade pública - o escritor LUIZ CARLOS AMORIM mais uma vez ressalta a importância desse momento tão especial , A LEITURA .......CONFIRA :
"Estou lendo um romance – ótimo romance – e um dos personagens, apaixonado por literatura, leitor inveterado, faz uma afirmação que me chama muito a atenção : ' Uma obra literária deve ser lida uma única vez '.
Não sei se a opinião é também do autor, mas respeito a opinião do personagem. O que não quer dizer que não tenho cá minhas convicções. ( ABAIXO , LUIZ CARLOS AMORIM )
Como já mencionei em uma crônica recente sobre estantes para livros, há muito livro que, realmente, basta ser lido uma vez.
Depois de lido não há porque guardá-lo, temos mais é que passá-lo adiante – doar, emprestar, presentear - para que outros leitores possam apreciá-lo, talvez mais do que nós, até.
Mas há livros grandiosos, verdadeiras obras-primas que precisamos manter por perto, para que possamos voltar a eles, pois a cada nova leitura, a cada nova recriação, nos revelam novas descobertas. E não me refiro apenas a livros de poesia.( ABAIXO , UM DOS CLÁSSICOS DO GRANDE JORGE AMADO : O LIVRO " CAPITÃES DE AREIA " , ORIGINALMENTE PUBLICADO EM 1937 )
Há romances, livros de contos e de crônicas, livros até de outros gêneros, os quais dão prazer de se ler de novo, possibilitam-nos recriá-los de uma maneira nova, descobrindo novos detalhes e novas nuances que enriquecem ainda mais a qualidade do texto, da trama, de tudo. ( ABAIXO , UM DOS CLÁSSICOS DE MACHADO DE ASSIS : "MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS " , DE 1881 )
Não vou citar títulos de livros que tenho guardados comigo, porque são muitos e também porque a minha preferência pode não ser a mesma dos meus leitores. E isso é natural.
Mas eu sou um daqueles leitores que de vez em quando volta a um livro já lido, como um livro de poemas de Quintana ou de Pessoa, por exemplo, nem que seja para ler só um ou dois poemas.( ABAIXO , RESPECTIVAMENTE , O POETA GAÚCHO MÁRIO QUINTANA E O PORTUGUÊS FERNANDO PESSOA )
Há até quem diga, como a personagem do livro que estou lendo, que é perda de tempo ler de novo alguma coisa que já lemos.
Mas a verdade é que o prazer de ler uma obra bem escrita e bem urdida é coisa para se degustar devagarinho e de novo.
É claro que devagarinho é força de expressão, pois quando pegamos um bom livro lemos com sofreguidão, de um fôlego só, essa é que é a verdade.( ABAIXO , UM DOS LIVROS DO ESCRITO MARCELO RUBENS PAIVA : "BALA NA AGULHA " , DE 1992 )
Então, confesso mais uma vez: tenho uma grande estante de livros em meu escritório e de vez em quando retorno a algum deles. "
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