terça-feira, 31 de dezembro de 2013
Última mensagem de 2013
O ALAMEDA CULTURAL sentia-se na obrigação de trazer uma mensagem aos seus leitores ainda em 2013......A criação do blog vem de um velho sonho que tínhamos desde 2006:CRIAR UM ESPAÇO VOLTADO PARA CULTURA DE JOINVILLE ,DAR VOZ E VEZ AOS ARTISTAS LOCAIS.Em 12 de abril de 2013 começamos modestos,ao longo dos meses seguintes crescemos e esperamos continuar evoluindo cada vez mais!Tudo pensando em você,amigo leitor,RAZÃO MAIOR DE NOSSA EXISTÊNCIA!Esperamos conquistar novos parceiros ,que tornem nosso projeto cada maior e que não se resume apenas ao blog....
Inúmeras pessoas nos ajudaram nessa caminhada,mas nos sentimos na obrigação de lembrar uma pessoa que ajudou a tornar nosso sonho real:a poetisa e professora RITA DE CÁSSIA ALVES.Queremos agradecer também a todos aqueles que ajudaram o blog a ter 6252 visualizações até cerca de 2 horas atrás,A NOSSA VITÓRIA É E SERÁ SEMPRE TAMBÉM DE VOCÊS!Na quinta-feira,ou seja,já em 2014,voltaremos.UM 2014 MARAVILHOSO E CHEIO DE REALIZAÇÕES E SAÚDE A TODOS VOCÊS!
Magnólia Amarela
Quem frequenta a Biblioteca Pública Municipal de Joinville com certeza a conhece.....é uma das funcionárias mais prestativas e simpáticas da casa e é uma das funcionárias que guiam a criançada nas fantásticas histórias narradas aos sábados pela manhã.Esta é MARLETE CARDOSO,que no último dia de 2013 revela o seu outro lado,desconhecido de muitos:O DE ESCRITORA.CONFIRA:
"Toda semente sabe ou sente qual é a sua vocação.
Lembro-me do meu primeiro dia nesta rua.A família que me adotara era composta de um pai calado e forte que me erguia com facilidade,
uma mãe carinhosa que ficara por perto o tempo todo
e um filho e uma filha ainda pequenos,sendo que o menor fez questão de sujar as mãos de terra para cobrir minhas raízes frágeis.
Ficaram depois conversando em volta e foi quando ouvi meu nome pela primeira vez:Magnólia Amarela.
E soube que tinha nome e sobrenome.Ganhei uma cerca de madeira e diariamente vinham regar-me até que aprendi a me alimentar sozinha.E viver ficou muito fácil!
Houve um dia em que ,pela janela aberta,espiei a sala cheia de flores coloridas,
mas os semblantes eram tristes e como não havia música,percebi que não era uma festa.Naquela tarde,senti o calor e a benção da chuva juntos pela primeira vez.
Nunca mais vi o pai sair ou chegar do trabalho,no qual,fiquei sabendo,sofrera um acidente.E embora o mesmo sol continuasse a brilhar,a casa estava quase sempre fechada.Observei uma noite a mulher olhando para o alto com olhos que eram como lagos profundos a desejar as estrelas.
E outra vez a sala se encheu de pessoas e flores.
Depois que todos foram embora,a casa ficou tão só que desejei pular a cerca e ir fazer-lhe companhia.Nunca mais via mulher com seu coração imensamente maior que seus braços e pernas;nem as crianças que estavam deixando a meninice.
Ficamos sozinhas por várias estações,eu e a casa.
Ela me contou que havia sido construída para abrigar a família agora ausente.
Alguns supersticiosos desviavam seus passos em frente à morada agora vazia e destilavam seus medos.Mesmo minha sombra era evitada por esses.
Cresci com todo o sol e toda a chuva que podia abarcar,sonhando com as flores,as tais magnólias amarelas.
Tinha o cuidado de não esticar demais meus ramos para os lados,preferindo crescer para cima,não incomodando os exigentes passantes.Embora ainda pequena,eu sabia que tinha potencial para muito mais e os primeiros ninhos de bentevis fizeram-me cócegas.
Finalmente vejo movimento intenso em volta e a casa já não está só.Com os novos moradores,vêm também novas exigências,e alguns de meus galhos são cortados sem nenhum pedido ou aviso.
As folhas que eu deixava cair e lá ficavam,agora são rapidamente recolhidas,como se enfeassem a passagem.Queria que os vizinhos não se sentissem incomodados coma minha presença.
E,embora pareça que o cinza do cimento seja mais bem aceito por todos,eu teimo em levar a minha vida enfolharada,cheia de clorofila e oxigênio,resistindo aos atos de violência e olhares de reprovação.
Agora,nesse mais de vinte anos de vida nessa calçada,aprendi a confiar que terei novas folhas e largo sem cerimônia as que estão pesadas de poeira.Eu sou cada uma.Meu segredo é um pacto feito com o vento:encher essa rua com minhas folhas para que ele venha brincar com todas elas juntas
como faz com as águas.Teremos então um lindo rio,vivo,dourado e borbulhante.
Em novembro,quando as imperceptíveis flores novamente viverem,todo o ar de toda a rua passará a cheirar magnólia.As pessoas desfilarão com um sorriso bobo no rosto.Sol ou chuva não farão diferença,e qualquer pulmão de qualquer tamanho será brindado com meus melhores pensamentos em forma de aroma.Puro êxtase do olfato!
Espero que entre os humanos haja muitas mãos como as que me colocaram aqui e que continuem a velar pelos sonhos das árvores das calçadas,que amam os dias e as noites,ventos ,casas e pessoas."
Ecos do apito do trem
Grandes artistas bebem em excelentes fontes......no mundo da música são inúmeros exemplos:RAUL SEIXAS que "bebeu" ELVIS PRESLEY,RENATO RUSSO que "bebeu" o escritor português FERNANDO PESSOA,TIM MAIA que "bebeu' o contagiante e dançante SOUL NORTE-AMERICANO....e na literatura JURA ARRUDA ,que "bebeu" ADÉLIA PRADO.........Ex-professora,a escritora mineira destaca o bucolismo e o aspecto lúdico que ainda existem nos grandes centros urbanos e foi uma das primeiras figuras da literatura brasileira a destacar o papel da mulher na sociedade.O texto a seguir ,de autoria de JURA ARRUDA e inspirado nos textos de Adélia Prado,mostra cenas que vão se tornando cada vez mais coisa de um passado distante, época em que um dos poucos momentos de tumulto era causado pela passagem de um trem.....CONFIRA:
"Setecentos metros.Essa é a distância da estação de trem até a casa do Juarez.Uma casa de madeira bem construída,imponente apesar de seus 64 anos.
Há um quintal no fundo ,cheio de espaço,cheio de árvores,há um muro alto que separa todo o ar bucólico do mundo urbano lá fora.
Há três cachorros soltos correndo para lá e para cá.
Há um varal,um tanque com roupa de molho e uma máquina de lavar esperando vontade.
Uns passos mais e há a cozinha:ampla ,sempre movimentada,provavelmente pelo apreço da dona em cozinhar mil iguarias,que exalam odores e convites.
Dois degraus adiante e aí está o Juarez, na sala.Esparramado no sofá,assiste a um programa tolo ou a filme qualquer.Leva essa vidinha ociosa de quem já fez os afazeres e relaxa.
O irmão está sentado na poltrona,vegeta.
No quintal um dos cachorros está deitado com a barriga no cimento para amainar o calor.Você vai pensar que são gemidos de prazer os que ele começa a soltar,mas não.Seus ouvidos apurados captam a aproximação do trem.Só ele sabe disso.Geme fraquinho,geme incomodado,geme com medo,por fim,uiva.E seu uivo desencadeia uma corrente de reclamações e gritos de quem não estava preparado para som tão agudo.
A mãe de Juarez
grita da cozinha mandando o cachorro ficar quieto;o irmão tomado de susto,grita com minha mãe;o trem se aproxima com sua dezenas de vagões e apita;Juarez ,incomodado,aumenta o som da televisão.
O pai reclama.
Sim,o fuzuê está armado naquela casa de madeira,com amplo quintaL,cheio de espaços e árvores.
Por lá,neste momento,cachorros uivam e latem,pessoas reclamam e gritam,o trem apita e passa.
Passou.O cachorro se aquieta,a mãe de Juarez se cala,o irmão se ajeita,Juarez diminui o volume da televisão,o pai suspira e um pássaro canta.
Tudo volta ao normal.E o normal ,naquele quintal,é uma vida de interior,bucólica,onde um vento suave balança as folhas das árvores,onde as sombras desenham descanso no chão,onde uma mosca posada no focinho de um dos cachorros sequer o incomoda.
E tudo será assim,nos dias de semana,nos sábados e nos domingos,exceto nos momentos em que o trem de novo passar por ali
e,atravessar a noite,a madrugada,o dia ,a vida das pessoas e virar sentimento,como bem sabia Adélia Prado."(FOTO ABAIXO)
segunda-feira, 30 de dezembro de 2013
Som de Joinville:Salada
O seu cardápio musical é um banquete e é variado,tendo influências de cantores como BOB DYLAN e RAUL SEIXAS e de bandas como DEEP PURPLE e ULTRAJE À RIGOR.Também é influenciado por artistas de outras áreas como o pintor espanhol SALVADOR DALÍ,o ator norte-americano JOHNNY DEEP e o clássico dramaturgo inglês WILLIAM SHAKESPEARE.Ele define a sua música como sendo romântica,pop,rock,rock progressivo e surf music.Este é o cantor joinvilense EDU HOFFMANN(FOTOS ABAIXO) e sua variada "salada" de influências musicais e artísticas.No vídeo de hoje uma apresentação sua na rádio JOINVILLE CULTURAL.VALE A PENA CONFERIR MAIS UM TALENTE DE JOINVILLE!
A última entrevista
Eles tiveram o privilégio de conceder a primeira entrevista e também de ter o primeiro vídeo postado no ALAMEDA CULTURAL.E também têm o privilégio de ter a última entrevistada postada em 2013......esse é simplesmente uma das grandes reveleções da música joinvilense nos últimos tempos,aqueles que dão vida aos poemas.....O POEMA SONORO!(FOTOS ABAIXO)O vídeo postado há pouco é de uma entrevista concedida no programa PALCO LIVRE da tv BRASIL ESPERANÇA,em 2012,por ocasião do lançamento do primeiro disco do grupo,IMANENTE.CONFIRA!
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