segunda-feira, 25 de novembro de 2013
Letras Joinvilenses: O silêncio de Pantaleão
Certos animais parecem parecem ter vindo ao mundo para alegrar a vida de determinadas pessoas tamanho o carinho e companheirismo que existem entre essas pessoas e seus animais de estimação.Esse é o caso de JURA ARRUDA e seu animal de estimação e que é otema da crônica de hoje.CONFIRA:
"Pantaleão não é o comerciante idoso e avarento
que se apaixona facilmente nos espetáculos da Companhia Dell ´arte,nem tampouco o santo católico
padroeiro dos médicos e protetor dos tuberculosos.Pantaleão é um canário de pena virada que habita a sala de meu apartamento.
Sua gaiola é grande,mas ainda assim é uma gaiola.
Por influência de meu pai,que sempre gostou de criar pássaros,adquiri o Pantaleão em uma agropecuária.Ele estava no fundo da loja,quieto e com as garras muito longas,sinal de velhice,disseram.Suas penas são bagunçadas,parece que uma ventania o fez rolar muitas vezes e nunca mais as penas voltaram ao lugar.
Sua cor varia de um branco opaco a um amarelo claro.Pantaleão não cantava.'Está velho,acho que não vai cantar mais',disse o meu pai,enquanto outros canários mais pomposos e cantadores cujos preços variavam de R$ 80 a R$ 250.
Pantaleão custou R$ 25.
A estranheza sempre me atraiu,seja em animais,histórias ou pessoas.Pantaleão era estranho e algo me disse que ele precisava de um amigo para o fim de seus dias.Paguei o valor e gastei três vezes mais com gaiola,adereços e comida.
É o primeiro pássaro engaiolado que tenho.Nunca gostei de ver bichos presos.Como sei que Pantaleão ficaria na gaiola,no fundo de uma agropecuária,
até o fim de seus dias,que ficasse,pois, comigo!
Alguns meses passaram e,numa tarde de sol,ouço o canto surpreendente de um canário altivo,não era nenhum dos bem tratados canários do meu pai,era o meu Pantaleão que demonstrava um fôlego juvenil.'Veja só,quem disse que ele não iria mais cantar?',chamei meu pai para ver o bico de onde saia o belo canto daquele Canário da Terra.
Faz quase dois anos que Pantaleão mora comigo e tem se mostrado um grande parceiro,silencioso durante parte do ano,enquanto troca penas;
cantador em outra parte do ano,dando um ar de mato e natureza pródiga ao meu apartamento.
Ele tem alguns hábitos que, no decorrer do tempo,descobri.Gosta de dormir vez ou outra no chão da gaiola,
causando-me susto e apreensão,pois fica escondido pela capa que cobre a parte inferior da gaiola,fazando-me crer por alguns segundos que o encontrarei caído,sem vida.Pantaleão também me faz companhia durante as refeições.Sempre que ponho a mesa e sirvo-me um prato,o canário põe-se a comer também.No começo,achei que fosse só coinscindência,os dias mostraram que não.
Pantaleão não gosta de comer sozinho e me espera.Ultimamente temos vivido dias de silêncio.Dele e meu.Pantaleão está trocando de penas,acho que eu também."(FOTO ABAIXO)
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