sexta-feira, 15 de novembro de 2013
Micro Entrevista: escritor DONALD MALTSCHITZKY
Ele sempre marca presença aqui no ALAMEDA CULTURAL......dinâmico,comunicatico,bem humorado e em sua próprias palavras "uma pessoa que lê tudo,até bula de remédio".Este é o escritor são bentense DONALD MALTSCHITZKY(FOTO BAIXO),com grande atividade literária tanto na sua São Bento do Sul natal quanto em Joinville,onde foi um dos e é um dos mais destacados membros da CONFRARIA DO ESCRITOR e da ASSOCIAÇÃO CONFRARIA DAS LETRAS,entidades que reúnem os escritores locais.Seus textos além de agradáveis exprimem seus pontos de visto a respeito de inúmeros fatos do nosso cotidiano.BOM,AGORA VAMOS A ENTREVISTA:
"1-COMO SURGIU SEU INTERESSSE PELA LEITURA E O QUE O FEZ SER ESCRITOR?COMO SURGIU ESSE ESPÍRITO CRÍTICO TÃO PRESENTE EM SEUS TEXTOS?
DONALD-Sempre fui curioso, isso aliado a um ambiente propício, com bastante espaço, um pai que lia muitos livros,
uma mãe que devorava aquelas revistas alemãs, certa facilidade para línguas (primeiro aprendi alemão, e depois, português e aprendi inglês em escola regular, nada de cursos), uma professora de segundo ano primário e um professor no curso ginasial
que achavam que eu tinha talento e me incentivavam a escrever, bem, acho que foi suficiente.
Quanto ao espírito crítico, foi um tanto na igreja (na juventude evangélica luterana),
onde se debatia muito, numa época em que ecumenismo estava engatinhando e em que ter ideias nas ruas não era bem uma coisa saudável..., e um tanto no curso científico (isso mesmo), cercado de católicos (só dois não católicos na escola inteira),
com alguns professores filósofos loucos, uma biblioteca enorme e uma situação política terrível no Brasil.
Mas explico: não gosto de criticar por fazê-lo, mas na utópica ilusão de que servirá para algo.
2-EXPLIQUE RESUMIDAMENTE COMO SURGIU A CONFRARIA DO ESCRITOR ,SEUS OBJETIVOS E ATIVIDADES
DONALD-Surgiu por iniciativa da Rita de Cássia Alves, na Biblioteca Pública.(FOTO ABAIXO)
Ela foi a mentora, com apoio enorme da Alcione Pauli.(FOTO ABAIXO,DE BLUSA VERMELHA)
Eu fui convidado no início, mas só fui depois da segunda ou da terceira reunião. O objetivo inicial era reunir e trocar ideias, criar um espírito de corpo. Isso permanece, mas hoje já está também mais técnica, com pequenas palestras e debates em cada reunião. Não dá para esquecer que foi daí que surgiu a Associação da Confraria das Letras, que está fazendo um trabalho belíssimo, como a edição de quatro antologias, o Encontro Catarinense de Escritores e vários projetos. Enfim, a Confraria foi uma iniciativa que se tornou um marco na literatura.(ABAIXO,ENCONTRO DE ESCRITORES NA BIBLIOTECA PÚBLICA DE JOINVILLE)
3-COMO É SER ESCRITOR EM UM PAÍS QUE CHEGOU A TER UM PRESIDENTE QUE SE GABAVA DA PRÓPRIA IGNORÂNCIA E OUTRO QUE SE "ENVAIDECIA DE SER GROSSO?
DONALD-E outro que posava de intelectual, mas era maluco,
e outro que, com seu bigode, é da Academia Brasileira de Letras mas envergonha o país...
Veja, conheço pessoas que não liam crônicas, mas, por amizade comigo, começaram a ler as minhas e passaram, também, a ler as de outros escritores. O mesmo aconteceu e acontece com livros meus. É um caminho, temos de insistir, fazer, oferecer, abrir caminhos. É como remar contra a corrente de um rio ou contra a maré: se parar de remar, vai para trás e corre o risco de afundar e se afogar. Então, vamos remar!
4-QUE MENSAGEM VOCÊ DEIXA AOS ESCRITORES PRINCIPIANTES OU A QUEM PRETENDE SER ESCITOR?
DONALD-Leiam, leiam, leiam e, quando sobrar um tempo, leiam. Essa é a primeira regra e a mais preciosa. Estudem gramática, não precisa saber o nome das coisas, mas saber usar.
Escrevam sem vergonha de fazê-lo e mostrem o que escrevem para quem tem a coragem de ser crítico, pois se só mostrar para a mãe e a namorado ou o namorado, só vai receber elogios e dificilmente aprenderá; tem que mostrar pra sogra.
5-POR ÚLTIMO,QUE MENSAGEM VOCÊ DEIXARIA AOS LEITORES DO ALAMEDA CULTURAL?
DONALD-Vou ser bairrista: leiam de tudo, mas não esqueçam dos escritores daqui, de nossa região, de Santa Catarina, tem muita gente séria e gente fazendo um trabalho muito bom, mas, sem leitores, não adianta publicar."
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