terça-feira, 15 de outubro de 2013
Contos de Joinville: O uniforme,o carteiro e o cão.
Ele já esteve aqui no ALAMEDA CULTURAL.Após certo tempo JURA ARRUDA reaparece aqui com uma crônica a respeito de algo bastante cotidiano,uma "guerra" que não tem data para acabar!CONFIRA:
"Tenho um cachorro que pouco late. É da raça,ouvi dizer.Raça de origem tibetana.
Faz muito sentido. É tão tranquilo,que se um ladrão apontar-lhe o revólver,ele é capaz de lambê-lo sem cerimônia,e se receber carinho,mostra a senha do cofre ao bandido e abanar o rabo.
Contudo,seu estado zen altera-se abruptamente à chegada do carteito.É quando sua paz interior transforma-se em agressividade voraz.Foi num dia desses que percebi dois dentes tortos em sua boca,exatamente quando os mostrou ao carteiro.
O que faz essa inimizade,aparentemente sem sentido,perdurar? Parece-me algo tão insano quanto a relação bélica entre árabes e judeus.Enfim,lá estão dois povos,aqui o homem e seu melhor amigo(desde que o homem não seja um carteiro, como visto).Tentando compreender a animosidade entre eles,Juca,chefe dos correios e meu amigo de infância,pesquisou psicologia,veterinária,ortopedia,ciclismo,confecção de bolsas e malotes,filatelia,cromoterapia no plano astral e por fim, a ótica dos animais.E foi aí que ele começou a entender tudo.
Leu que:'ao contrário dos humanos que têm três tipos de pigmentos na retina capazes de captar o azul,o vermelho e o verde,cães e gatos,só possuem dois pigmentos,o que reduz o espectro de cores que eles podem identificar.Alguns pesquisadores acreditam que eles enxergam azul e amarelo .Estava aí a chave da problemática! Cachorro deve,a bem da verdade,atacar a tudo que vê e como só vê azul e amarelo,ataca carteiro.
Levou teoria e proposta de mudança de cor do uniforme para os diretores de sua agência,que analisaram com alguma curiosidade e alguma inquietação..Decidiram ,os diretores,levar além,à agência nacional,que por sua vez levou à agência de publicidade,que viu boa oportunidade de ganhar dinheiro refazendo todo o material gráfico e mudando a cor e a marca dos correios.
O custo alto não foi aprovado para a tristeza do Juca e dos carteiros do Brasil.A negativa veio com a carta de seu chefe.Juca,entendemos a sua intenção em ajudar,mas cremos que o problema não seja cor do uniforme,e sim a atitude intempestuosa dos carteiros que,por se imaginarem atacados, antecipam a agressão,dando aos cães motivos para reagir e,aí sim,agredir a qualquer pessoa vestida com as cores de quem o agrediu.
Juca pensou,repensou e ainda não sabe como dizer aos seus carteiros que eles terão que passar por um treinamento para serem menos agressivos com os cães."
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