quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Crônicas de Joinville: Papel na rua
Muito se questiona sobre a atuação dos políticos e sua falta de caráter e cuidado com a coisa e ,principalmente, o dinheiro público.A classe política nada mais é do que o reflexo da própria sociedade que a elege.Na crônica de hoje JURA ARRUDA comenta sobre um tipo de indivíduo tão nocivo a sociedade quanto boa parte dos políticos. É UM TEXTO PARA SER REFLETIDO !CONFIRA:
"Voou pela janela.Deu para ver a mão do motoristas arremessando o papel,que me parecia um folheto.
Havia outro carro entre nós e não pude me aproximar.Tomaria uma atitude pouco comum,iria emparelhar com ele e dizer que não fizesse mais isso.Mas em um cruzamento nossos caminhos divergiram e eu só pude ver pela placa de seu carro que ele não era de Joinville.O motorista era de uma cidade de nome longo começado com 'São',foi tudo o que consegui enxergar.
Joinville tem uma característica marcante para quem vem de fora,ser uma cidade limpa.Ao menos nas ruas centrais e nos bairros próximos,realmente não vemos grande quantidade de lixo nos bueiros e calçadas.Isso enche-me de orgulho e tenho por hábito procurar lixeiro ou colocar no bolso para descartar depois mesmo um imperceptível papel de bala.Por isso ,o panfleto que aparentava ter 20 x 10 cm provocou a ira em mim.Ver que o motorista viera de outra cidade,aumentou meu desejo de adverti-lo.
Em meados da década de 80,quando cheguei a Joinville(ABAIXO,FOTO DA RUA 9 DE MARÇO NA DÉCADA DE 80),lembro de ouvir falar e de presenciar reclamações de joinvilenses sobre a vinda de turistas que causavam desordem na cidade.Isso sempre me pareceu arrogância.Na condição de forasteiro,obviamente não concordava com esse jeito de ver o turista. É talvez daí que se diz que 'joinvilense é um povo muito fechado',definição usada ainda nos dias de hoje.
Pois foi hoje que percebi o quanto viver em Joinville alterou meu modo de ver as coisas.Ao ver o mal-educado motorista sujando a cidade com um pedaço de papel tive ganas de fazê-lo engolir o lixo e mandá-lo de volta de onde veio,com um adequado pé na bunda.'Vá sujar a sua cidade,imbecil!E que sua casa seja atingida com uma bela enchente causada pelo lixo que seu povo joga no rio!'Evidentemente não falei isso,mas confesso que esse péssimo e vingativo pensamento me ocorreu.Se igualei-me aos joinvilenses natos na Manchester por desejar que a cidade seja blindada de forasteiros sem educação,ando também intolerante com atitudes de quem não enxerga a consequência de seus atos.Você deve saber que uma parte significativa das enchentes são causadaspelo crescimento desordenado das cidades e pelo arremesso de lixo nas ruas e rios.
Ora Jura,um papelzinho!
Um papelzinho sim,senhor.Um papelzinho na rua.Um papelzinho arremessado do carro.Um papelzinho que simboliza a ignorância e a desinformação,ou pior ainda,o descaso de uma pessoa que mesmo sabendo das consequências de seus atos,comete-os.Você vai repetir:'Ora,um papelzinho !',e eu direi que um papelzinho pode representar muita coisa,inclusive foi num papelzinho que você foi registrado como indivíduo logo que nasceu."
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