quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Histórias do Hilton.......O caça-fantasmas
Quem conhece o centro histórico de São Francisco do Sul e se dirige para o museu da cidade,localizado na pacata Praia do Mota,acaba passando por um antigo e imponente casarão amarelo.Esse é o casarão pertencente a família Gorressen e foi concluído em 1873,a mando de seu primeiro proprietário,MARCUS FABER GORRESSEN.Ele foi um dos noruegueses que fundaram Joinville em 1851,mas acabou se radicando na ilha e se tornando um renomado comerciante.O casarão é o cenário da crônica de hoje de HILTON GORRESSEN,que tem um final surpreendente e hilário.CONFIRA:
"Já falei em uma de minhas crônicas dos fantasmas que habitam o casarão construído por meu bisavô.Um deles é o próprio velho,que não admite que ninguém usufrua do que construiu.
O outro é um pirata deixado ali pelo seu capitão para proteger um tesouro enterrado no local em que foi erguido o imóvel.Sem desconfiar que seu corpo já não se encontra neste mundo,o pirata espera há séculos pela volta do capitão.
Quando contei isso ao Caverna,meu amigo dos velhos tempos,ele se assanhou todo para confirmar a existência desse tesouro.
-Na pindaíba que estou,enfrento até o diabo para conseguir uns cobres.
-E como vai saber a localização do tesouro?-falei
-Vou interrogar o fantasma
-Tá bom.Fique à vontade para passar a noite lá.O casarão está meio abandonado,os caibros apodrecidos,à espera de uma restauração.Acho mais fácil o teto desabar sobre você do que conseguir comunicação como tal pirata.
E lembrei o Caverna de uma coisa:o pirata provavelmente era francês
-Então me indique alguém que fale a língua de Shakespeare,falou ele.
-O Shakespeare não tem nada ver com isso.Posso lhe indicar o professor Linotipus,meu assessor gramatical.Ele é 'cobra' em francês e latim.Com ele ,se o fantasma falar errado,leva nota zero.
E fomos perguntar ao professor Lino se tinha medo de fantasmas.Tenho mais medo dos vivos,principalmente os que ignoram a concordância verbal,ironizou o professor.
E acabaram aceitando uma expedição para contatar o fantasma e descobrir o local do tesouro.Para conquistar as boas graças do pirata,levaram um litro de rum e um papagaio chamado Tibúrcio.
Para o caso de o fantasma não ser muito camarada,o Caverna insistiu em levar água benta,crucifixo,dentes de alho(e,por precaução,uma réstea de cebola),confundindo fantasma com vampiro.
Foi numa sexta-feira à tardinha que os dois expedicionários entraram no prédio.Instalaram-se na cozinha,o lugar menos perigoso,e esperaram anoitecer.Há uma crença de que fantasmas só 'dão as caras' à noite.
Quando escureceu o professor Lino começou o chamamento:Monsieur lefantôme !Noussommesamies.
De repente ,de um dos quartos que estava fechado,veio um barulho:Prrrrummmmm !Prrrrummmmm !
Os dois corajosos emudeceram.Quem se manifestou foi o papagaio:Vam´bora pessoal !Largaram todo o material que tinham em mãos e abalaram escada abaixo.
No quarto,um dos mendigos que ali estavam dormindo disse para o outro:-Deixa de ser porco,Tanásio ! Vai dar teus puns lá fora !"
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