Essa máquina complexa e sensível é protegida pelas PÁLPEBRAS que internamente têm uma membrana chamada de CONJUNTIVA e que oferece proteção extra . As pálpebras , mal comparando , são uma espécie de pára-brisa : o ato de PISCAR leva os olhos , espalhando e misturando AS LÁGRIMAS . Você sabia que um adulto é capaz de piscar os olhos 24 vezes por minuto ? E tem mais : quando se está cansado , o número aumenta para 40 e entre os 5 e os 10 anos de idade - e ainda quando se está lendo - o número de piscadas é bem menor ......Até é possível ficar um tempo sem piscar , mas no máximo por 4 minutos . Estima-se que a cada minutos ficamos 1,2 segundo sem ver visto que cada piscadela dura 50 milésimos de segundo.......Outro fato interessante : ao anoitecer perde-se primeiro a habilidade de se ver a cor vermelha , depois o laranja , o amarelo , o verde e o por último o azul......E foi através disso tudo que acabamos de descrever que o Forrest Gump - ROBERTO SZABUNIA - deu início ao relacionamento com aquela que viria a ser a sua atual e digníssima esposa ! Na crônica saudosista-romântico-filosófica de hoje o veterano jornalista e contador de histórias relata mais uma das saborosas histórias vivenciadas ou testemunhadas por ele e ainda faz uma reflexão a respeito desse sentido tão especial de nosso corpo : A VISÃO .......CONFIRA :
"Cena corriqueira: primeiro dia de aula de uma das séries iniciais do ensino
básico (pra minha geração, ali pela segunda ou terceira série do ginásio - ABAIXO , FACHADA DO COLÉGIO ONDE ROBERTO ESTUDOU EM RIO NEGRINHO ).
Tem
aluna nova na turma. O pai é bancário ( ABAIXO ) , assume uma gerência na cidade, a
família se transfere, aluga casa, os filhos são matriculados no colégio etc. etc.
Acontece com frequência, em qualquer lugar ou época dessa imensa nação.
Tá, voltando ao primeiro dia de aula. A nova aluna, de seus 12 ou 13 anos, não
sabe onde se esconder quando o diretor a apresenta à turma – a maioria
convivendo desde o jardim de infância ( ABAIXO ) .
Feitas as apresentações, a acanhada e
tímida menina ainda é forçada a ir até o quadro-negro escrever o germânico
sobrenome cheio de consoantes. Além da timidez, sobressai-se outra
característica, física : é bem bonita.
A piazada, hormônios adolescentes em ebulição, se ouriça.
Nada, porém, de
palavras. No exemplo em foco, vivemos os meados do século passado, cidade
pequena, ( ABAIXO , DESFILE ESCOLAR EM RIO NEGRINHO , EM 1966 )
tempos em que os jovens praticavam a disciplina trazida de casa e
do colégio das freiras ( ABAIXO ) .
Só quando o diretor incentiva, a turma se une no coro de
' seja bem-vinda ! ' . A novata, coitada, reflete na camisa branca do uniforme todo
o rubor do rosto.
Meninas avaliam, guris idem. Mas tudo em educado silêncio.
Dois ou três
sentem uma rápida aceleração no batimento cardíaco.
Com o passar dos dias,
das semanas e dos meses, a menina se enturma, o silêncio entre as iguais se
transforma em confidências e cumplicidade.
Mas os meninos, especialmente os
que sentiram o coração bater mais forte, continuam quietos. Externar
sentimentos, só com o olhar – mesmo esse, disfarçado, fugaz, logo desviado.
Não raro, a história termina um dia com troca de alianças. Mas tudo começou
em silêncio, na troca de olhares. ( ABAIXO , ROBERTO E ESPOSA )
A propósito, veja só que frase bonita : ' As mais
lindas palavras de amor dão ditas no silêncio de um olhar ' .
Ainda que tal lirismo
lembre os grandes poetas, foi um artista plástico e inventor o autor do verso:
Leonardo da Vinci ( ABAIXO ) .
Será que teve algo a ver com o enigmático sorriso da
esposa de Francesco del Giocondo, eternizada no famoso retrato ? Silêncio...
A expressão do silêncio, motivo desta crônica, é frequente na história desse
nosso planetinha.
Fico imaginando o relacionamento entre nossos ancestrais
hominídeos ( ABAIXO ) , num tempo sem linguagem. A força do silêncio e do olhar devia
ser tremenda.
No reino animal, sabemos, o poder da sedução está na força
física: o macho mais forte torna-se dominante. ( ABAIXO , BRIGA ENTRE GORILAS )
O ser humano, porém, creio que
já se valia de atributos mais sutis desde o alvorecer da humanidade.
Dotado de
inteligência e capacidade de raciocínio, por isso mesmo chamado ' sapiens ', o
homo ancestral não podia sair por aí desmontando cabeças no porrete;
afinal,
a força do grupo era necessária na execução de tarefas de sobrevivência como
caçar. Então, a conquista exigia o atiçamento de outros sentidos, sendo a visão
o principal.
Como disse Da Vinci, nada como o ruidoso silêncio da troca de
olhares.
Acho que o mundo anda muito barulhento. É interessante, às vezes, exercitar o
poder do silêncio. O poder do olhar é forte. Experimente. "
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