sexta-feira, 3 de maio de 2013

a rua de joinville


Várias vezes você deve ter ouvido a Rua das Palmeiras ser chamada de ALAMEDA BRUSTLEIN. Mas afinal,por que esse outro nome? Pode-se afirmar que a história da Rua das Palmeiras começa em 25 de setembro de 1835, portanto, 16 anos antes da fundação oficial de Joinville. 

Naquela data nascia em Mulhouse, na região européia da Alsácia-Lorena ,FRÉDÉRIC BRUSTLEIN(na foto acima),filho do industrial Peter Brustlein e de Catharina Brustlein. A região, durante séculos foi disputada entre a França e a Alemanha, ora pertencendo a um e, depois a outro. Assim,   só pertencendo a França definitivamente,  à partir de 1919, depois da derrota alemã na Primeira Guerra Mundial, daí o seu sobrenome alemão.

Em julho de 1865 foi nomeado o representante do Príncipe de Joinville em substituição a Emile Mathorel. Chegando aqui, encontrou um casebre deteriorado que serviu de moradia a seus antecessores e que se localizava defronte a atual Rua 9 de Março. Em 1866, em uma área vastíssima que se estendia das margens do rio Cachoeira a atual Rua do Príncipe começou a ser erguido o Palácio dos Príncipes (desde 1961, o Museu Nacional de Imigração e Colonização). 

Era necessária uma construção que fosse ampla,confortável e imponente, não só para uma possível moradia do príncipe de Joinville e sua esposa, como também, estadia para visitas ilustres de passagem pela cidade. Uma construção imponente exigia também uma entrada imponente.

No mesmo ano de 1866, Frédéric Brustlein pediu a Johann Otto Louis Niemeyer, diretor da colônia Dona Francisca (os ocupantes desse cargo representavam a SOCIEDADE HAMBURGUESA, empresa responsável pelo início da colonização de Joinville), que trouxesse do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, sementes da palmeira imperial plantada pelo rei de Portugal Dom João VI em 1809. Em junho de 1867 Niemeyer trouxe as sementes, mas, as palmeiras só seriam plantadas mais tarde: a primeira etapa em 1871 e, a segunda, em 1873.

Eram 56 palmeiras cujo plantio ficou a cargo do jardineiro e imigrante alemão Johann August Boettcher e até água salgada do mar a teria servido para rega das plantas. Todas as palmeiras cresceram normalmente, exceto uma: a segunda palmeira à direita, próxima do Palácio dos Príncipes, que acabou se bifurcando. Com o alargamento das ruas do Príncipe e Rio Branco, quatro palmeiras foram sacrificadas (duas do lado da rua Rio Branco e duas do lado da rua do Príncipe).

Em 1973, a primeira grande mudança: seguindo projeto do consagrado artista plástico joinvilense Juarez Machado, a Rua das Palmeiras foi ajardinada com duas vias laterais para passagem de carros e a colocação no local do busto da Princesa Dona Francisca ,de 1926 e de autoria do escultor Fritz Alt, originalmente no local onde está a sede da Biblioteca Pública Municipal. Em 2012, tudo voltou quase como era antes, desta vez, com a via central entre as palmeiras somente para pedestres.

  Quanto ao seu idealizador FRÉDÉRIC BRUSTLEIN, além de admisnitrador dos bens do Príncipe de Joinville na região, também foi representante da SOCIEDADE HAMBURGUESA, empresário do setor de transporte fluvial entre Joinville e São Francisco, militante do movimento abolicionista pelo fim da escravidão no Brasil e, após se naturalizar brasileiro: vereador,deputado provincial (equivalente hoje, a deputado estadual) e prefeito de Joinville entre 1895 e 1898. Faleceu em 1911,curiosamente sem deixar filhos ,mas deixando talvez, como sua grande herança, aquele que hoje é o grande cartão postal da maior cidade do estado de Santa Catarina.

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