quinta-feira, 31 de março de 2016

Agende-se : Está Chegando.....

" AI , AI , AI , AI / TÁ CHEGANDO A HORA ....." , essa velha canção se encaixa como uma luva em todos aqueles que são amantes da literatura e leitores militantes e inveterados ......Caso você seja um deles , então preste atenção no aviso de hoje ! CONFIRA :

ABERTURA DA FEIRA DO LIVRO ( ABAIXO ) 


Sessão de autógrafos e palestras
HORÁRIO : das 9 às 19h
LOCAL : Expocentro Edmundo Doubrawa (Avenida José Vieira, 315, Centro)
ENTRADA : Gratuita

O Admirador Secreto

Ele foi o que podemos chamar de PESSOA IRREQUIETA , que não se contentava em exercer apenas uma atividade : foi diplomata , professor , jornalista , escritor , poeta e um ácido crítico literário , além de ter um ativo militante político . Também deixou uma vasta obra , tanto literária quanto jornalística , embora nenhuma delas sido eternizada , exceto uma ......Ao compor as letras do HINO NACIONAL BRASILEIRO , em 1909 , o obscuro JOAQUIM OSÓRIO DUQUE ESTRADA ( 1870-1927 ) bebeu em uma grande fonte : entre as quase indecifráveis letras do hino nacional encontramos a seguinte frase , " NOSSOS BOSQUES TÊM MAIS VIDA " ........É provável que mesmo que você seja aquela pessoa que não gosta ou não se interessa por poesias tenha , naquelas massantes e torturantes aulas de literatura brasileira , estudado e lido o seguinte poema , onde , por sinal , aparece a famosa frase que aparece no hino nacional : " Minha terra tem palmeiras , / Onde canta o Sabiá ; Q As aves que aqui gorjeiam , / Não gorjeiam como lá (.......) Não permita Deus que eu morra , / Sem que eu volte para lá ; / Sem que desfrute os primores / Que não encontro por cá ; / Sem qu ´inda aviste as palmeiras . / Onde canta o sabiá . " ........O autor desses inspirados , nacionalistas e ecológicos versos foi simplesmente um dos maiores nomes da literatura brasileira : o maranhense GONAÇALVES DIAS ( 1823-1864 ) , que por sinal , e com muita justiça , hoje dá nome a uma cidade em seu Estado natal , além de inúmeras praças e ruas . Nascido na cidade de Caxias - filho de um comerciante português e de uma mulata - fez seus estudos em São Luís do Maranhão e em Portugal , tendo se formado em Direito pela tradicionalíssima Universidade de Coimbra , mas pouco exerceu a profissão ........
      A difícil arte de escrever o atraía mais do que a complicada e burocrática carreira jurídica : radicou-se no Rio de Janeiro em 1846 e após ter lecionado História e Latim no conceituada Colégio Pedro II , exerceu durante longo período a atividade jornalística  e durante certo tempo também a carreira de funcionário público . Mas não foi através de seus textos e artigos que ele se tornou famoso : seus poemas eram nacionalistas , exaltando principalmente a figura do índio , e muitas vezes abordavam casos de amores impossíveis . Suas principais obras literárias foram os livros de poemas SEGUNDOS CANTOS ( 1848 ) , ÚLTIMOS CANTOS ( 1851 ) ,além , é claro , de PRIMEIROS CANTOS ( 1846 ) , livro no qual está o poema CANÇÃO DO EXÍLIO , que citamos há pouco ( no total escreveu 26 livros - três deles póstumos - , entre romances , livros de poemas , peças teatrais , livros de História e Etnografia e até mesmo um dicionário de língua tupi , publicado em 1858 ) . Em 1862 , ás voltas com problemas de saúde , iniciou uma peregrinação pela Europa e dois anos mais tarde , sem se curar , voltava ao Brasil . O desfecho dessa história infelizmente não foi feliz  : o navio de bandeira francesa no qual estava à bordo - VILLE DE BOULOGNE - naufragou nas proximidades , ironicamente , do litoral do Maranhão......Um século mais tarde os  versos do poeta maranhense de final trágico também acabaram inspirando uma molecagem lírico-romântica protagonizada por um tímido e então jovem morador da velha São Chico : HILTON GORRESEN......CONFIRA E DIVIRTA-SE :

"Meu avô paterno ( ABAIXO ) , que não cheguei a conhecer, havia deixado muitos

livros,

 edições da antiga Livraria Garnier, arrumados numa estante de

mogno com portas de vidro, que até hoje tenho comigo. Havia ali os autores

clássicos, aqueles que todos elogiam, dizem que são importantes, mas

ninguém lê.

Havia também inúmeras revistas da época e antologias com

textos de hoje esquecidos beletristas. Você pode não acreditar, mas uma de

minhas primeiras leituras, na adolescência, foi o discurso de Rui Barbosa ( ABAIXO ) ao

pé do túmulo de Machado de Assis ( ' ao pé '  – significando ' ao lado ' – era,

aliás, uma das expressões preferidas do Machadão ). O que fazer ? Era o que

tinha disponível.


Adolescente, influenciado pelas leituras dos versos românticos de

Gonçalves Dias ( ABAIXO )

e pelo preciosismo de Coelho Neto ( ABAIXO ) e Rui Barbosa, produzi

alguns textos falando das ' marmóreas lajes de sua eterna campa '  e outras

babaquices.

 Enviei uma dessas obras-primas, sob pseudônimo, a uma das

rádios de Joinville, que apresentava um programa musical, à tarde, em que

eram lidos textos de ouvintes e poesias do J.G. de Araújo Jorge, pelas quais

as moças se babavam ( alguém se lembra disso ? ).


Um dia – nem acreditei – o locutor do programa anunciou: agora vamos

ler um belo texto enviado por nosso ouvinte de São Francisco do Sul, de

pseudônimo... ( não me lembro qual foi o pseudônimo que escolhi - ABAIXO , HILTON GORRESEN É O SEGUNDO DA DIREITA PARA A ESQUERDA ).

Colocou

uma suave música de fundo.

Eu estava em meu quarto, ao lado da sala do

rádio, na qual se encontravam minha mãe e a tia, que se dedicavam a

costurar.

Droga ! Logo agora ! Não queria que elas desconfiassem que era eu

o tal do ' nosso ouvinte de São Francisco ' . Colei os ouvidos na parede, mas

com a conversa delas e o barulho de duas máquinas Singer ( ABAIXO ) , não pude

saborear esse momento de glória.


Para não desperdiçar os textos que elaborava e ao mesmo tempo me

divertir um pouco, inventava cartas românticas ( ABAIXO ) , na mesma linguagem

gongórica, esdrúxula, e as enviava anonimamente a algumas moças da

cidade.

Se uma delas passava por mim naquele dia, fosse bonita ou um

verdadeiro trubufu, eu dizia comigo : é esta mesmo ! Nada de preconceito.

Para as bonitas, era uma homenagem ;

 para as feias, um ato de caridade...


Ficava imaginando o que pensariam ao recebê-las. Acho que algumas

teriam até dificuldade em decifrar aquela linguagem estapafúrdia,

 com

períodos intermináveis, pela qual me penitencio até hoje ; podiam muito bem

achar que as estava ofendendo.


Mesmo assim, nunca souberam quem era seu tímido ' admirador

secreto ' . " ( ABAIXO , À DIREITA , HILTON GORRESEN )

O Embrião

JOINVILLE FOI FUNDADA EM 9 DE MARÇO DE 1851 , assim se ensina , assim se repete , assim se festeja........mas você já parou para pensar se essa data é realmente verdadeira ? Caso você tenha essa dúvida , então preste atenção nos fatos , datas e pessoas a seguir........Em 18 de maio de 1850 uma pequena embarcação costeira , ou PATACHO ( ABAIXO )  , chamado DOUS IRMÃOS partiu do porto de Rio de Janeiro levando as seguintes pessoas :

 LOUIS FRANÇOIS LEONCE AUBÉ ( ABAIXO - francês , 34 anos , solteiro , vice-cônsul da França em Santa Catarina , representante do Príncipe de Joinville e da Princesa Dona Francisca e com certos trânsito e influência na corte imperial brasileira ) , LOUIS DUVOISIN ( também francês , solteiro , 30 anos , cozinheiro e servente de Aubé e radicado no Brasil desde 1842 ) , HERMANN GUENHER ( engenheiro contratado pela Sociedade Hamburguesa e que entre as suas funções tinha a de receber oficialmente das mãos de Aubé as 8 léguas quadradas de terras cedidas pelo Príncipe de Joinville à empresa ) , JULIE ENGELL ( companheira de Guenther e feminista inveterada natural de Berlim ) , PETER SCHNEIDER ( agricultor , 26 anos , contratado por Guenther ainda no Rio de Janeiro ) , MARIA CATHARINA ( esposa ) , CATHARINA ( filha ) , EWERT SEBASTIAN VON KNORRING ( sueco , 33 anos ) , AUGUSTA SOPHIA ( esposa ) e MATHILDE ELISABETH ( filha , recém nascida ) .

Na noite de 21 de maio chegaram à São Francisco do Sul ( ABAIXO , GRAVURA DE SÃO FRANCISCO , FEITA POR VOLTA DE 1852 . PARA VISUALIZÁ-LA MELHOR CLIQUE NELA ) e lá encontraram uma pessoa que seria de valiosíssima importância não só para a árdua série de trabalhos que teriam a fazer como também nos primórdios de Joinville :

 militar ( era tenente-coronel ) e maior latifundiário e líder político da região , FRANCISCO DE OLIVEIRA CAMACHO acabaria cedendo grande quantidade de seus escravos tanto no transporte dos imigrantes europeus quanto na construção de suas casas , além de ter sido um dos grandes incentivadores do povoado ( ABAIXO ) recém surgido  .

 Já em 22 de maio o reduzido grupo , em canoas e acompanhado do coronel Camacho , enfrentou uma longa viagem até chegar ao local de destino e acabaram chegando à embocadura de dois rios : Cachoeira e Bucarein . Não se tratava de um local virgem e intocado : desde 1826 ali - onde hoje está a ponte MAURO MOURA ( ABAIXO )  -

funcionava um modesto porto utilizado por escravos e moradores de uma vasta fazenda pertencente ao coronel ANTÔNIO JOÃO VIEIRA e que localizava-se às margens de um riacho conhecido como Itaí-Guaçú ( o local equivale hoje ao bairro Itaum - ABAIXO  ) .

E a viagem prosseguiu : à medida que avançavam por aquele rio encachoeirado , de águas barrentas e margens lodosas , ele ia se estreitando cada vez mais até finalmente chegarem a um local onde havia a embocadura de um riacho de águas incrivelmente cristalinas , que nada mais é do que o hoje infelizmente poluído e escondido ribeirão MATHIAS ( ABAIXO ) ........

Naquele local também havia um picada utilizada pelos caçadores da região ( o CAMINHO DO JURAPÉ , hoje Rua Nove de Março ) e , para surpresa dos forasteiros recém chegados , uma rústica cabana : ali vivia um francês conhecido apenas  como M, FRONTIN e que era um dos raros remanescentes na região da fracassada colônia de franceses ( ABAIXO , UMA DE SUAS RUÍNAS ) estabelecida na península do Saí quase 10 anos antes .

         Após pernoitarem na humilde residência ( ABAIXO - a palavra residência é um elogio ! ) daquele solitário e isolado francês , navegaram pelo ribeirão Mathias até um local em que dois braços do ribeirão formavam uma pequena ilha :

 ali construíram um rancho , feito de troncos de palmito , cipó e folhas de palmeira e que media 22 metros por 10 metros ( mais tarde o rancho foi transformado em uma igreja ) . Do outro lado do ribeirão construíram outro rancho de mesmo tamanho e que tinha capacidade para receber e acomodar 6 famílias e unindo os dois ranchos uma rústica ponte ( ABAIXO )  : esse local é exatamente onde hoje está a Biblioteca Pública de Joinville e provavelmente  muitos dos quem frequenta o local para adquirir cultura e conhecimento nem sequer imaginam que Joinville nasceu ali .........

Além dos ranchos fizeram modestas plantações de milho , mandioca e feijão e praticamente mais nada além disso . Coube a Leonce Aubé a honra de ser o autor daquela que é a provável certidão de nascimento de Joinville : datada de 30 de agosto de 1850 , revela os primeiros dias e os primeiros trabalhos do reduzido grupo no local e foi enviada para ......DOM PEDRO II ! ( ABAIXO )

 Na verdade Joinville tem várias certidões de nascimento , ou melhor , tinha : um considerável material de autoria de Hermann Guenther , enviado para a Sociedade Hamburguesa e que era constituído de  cartas , relatórios , contas , descrições e até mesmo ilustrações infelizmente acabou sendo perdido.......

Com a exceção dos dois franceses , nenhum daqueles passageiros que aqui chegaram em 22 de maio de 1850 ficou para ver a semente que plantaram crescer e dar frutos : Hermann Guenther acabou sendo demitido por EDUARD SCHROEDER - filho do principal acionista da Sociedade Hamburguesa , CHRISTIAN MATHIAS SCHROEDER  ( ABAIXO ) , e diretor interino da colônia - em 1 de fevereiro de 1851 , logo após esse chegar aqui e não gostar nada do que viu , principalmente o local escolhido para ser estabelecido o centro da colônia .

 O mesmo destino teria o casal sueco Von Knorring , demitido em 6 de junho de 1851 ( a filha do casal falecera em 23 de maio ) por motivos até hoje desconhecidos , mas já se pode logo imaginar o porquê : Ewert Sebastian Von Knorring era , pasmem , formado em Direito pela antiquíssima universidade sueca de Uppsala ( ABAIXO ) ,  franzino e sofria de problemas pulmonares !

Já Peter Schneider , que chegou a ocupar parte do primeiro lote de terras a ser vendido na colônia Dona Francisca ( ABAIXO , GRAVURA FEITA EM 1852 )  , saiu por conta própria : em 29 de janeiro de 1852 deixou a colônia junto com a sua filha ( a sua mulher falecera em 18 de maio do ano anterior ) .......

E o que diriam todas esses pioneiros de 1850 ao verem o vídeo do dia ? Trata-se de uma interessantíssima matéria da TV RIC-RECORD JOINVILLE a respeito da CENTRO DE JOINVILLE ( ABAIXO ) , que foi afinal onde tudo começou.......VALE A PENA CONFERIR !

Especial 165 anos: as muitas histórias da área central de Joinville

terça-feira, 29 de março de 2016

Agende-se : Viagem Diferente

Você pretende viajar nos próximos dias ? Pois o incansável SESC JOINVILLE o convida para uma viagem diferente e especial : RUMO AO FUTURO.......CONFIRA :

Cine Sesc “ O CONGRESSO FUTURISTA ” ( ABAIXO )


DATA : 30 de março
HORÁRIO : 20h
LOCAL : Teatro do SESC (Rua Itaiópolis, 470, América)
ENTRADA : Gratuita

Pelo Prazer de Ler

Sem dúvida alguma uma das maiores e mais valiosas criações da espécie humana atende pelo seguinte nome : LIVRO.......Pesquisando a história , tanto dos livros quanto dos registros escritos , nos deparamos com um fato curioso : em leilão realizado em 6 de dezembro de 1983 , na galeria SOTHEBY ´S , em Londres , um sujeito chamado chamado HANS KRAUS e representando uma entidade que atendia pelo nome de ASSOCIAÇÃO HERMANN ABS acabou arrematando um antiquíssimo manuscrito pela bagatela de 13,02 milhões de dólares , ou algo próximo pelos valores atuais de 52,08 milhões de dólares . O alto investimento era mais do que justificado : o manuscrito em questão tem 226 folhas , mede 34,3 por 25,4 centímetros , conta com 41 ilustrações de página inteira , tem o longo título de THE GOSPEL BOOK OF HENRY THE LION , DUKE OF SAXONY e teria sido escrito por volta do remotíssimo ano de 1170 por um monge chamado HERIMANN , na abadia de HELMERSHANSEN ( atual Alemanha ) .........Agora esqueça a alta quantia de dinheiro  que trouxemos há pouco e pense em tipo de valor até mais precioso que o valor financeiro e tão valioso quanto a importância histórica do manuscrito : O VALOR HUMANO........Quantas ensinamentos essa antiquíssimo obra escrita teria passado ? Quantas vidas , a partir desses ensinamentos , teria sido mudadas ? Quantas dúvidas ele teria resolvido ou teria gerado ? Quantos questionamentos e complexas ideias teológicas teriam surgido a partir dali ? As perguntas que inevitavelmente surgem a partir de um objeto histórico tão importante só ressaltam a gigantesca que os livros e a própria escrita têm para a nossa espécie e por mais que a tecnologia avance em ritmo frenético , veloz e impressionante , ela jamais irá extinguir tanto o velho livro impresso quanto a escrita impressa . E quantas vezes seriam necessárias para se ler um livro ou um simples texto.......Bom , agora deixaremos que um especialista no assunto dê o seu parecer : na crônica de hoje - um verdadeiro texto de utilidade pública - o escritor LUIZ CARLOS AMORIM mais uma vez ressalta a importância desse momento tão especial , A LEITURA .......CONFIRA :

"Estou lendo um romance – ótimo romance – e um dos personagens, apaixonado por literatura, leitor inveterado, faz uma afirmação que me chama muito a atenção : ' Uma obra literária deve ser lida uma única vez '.



Não sei se a opinião é também do autor, mas respeito a opinião do personagem. O que não quer dizer que não tenho cá minhas convicções. ( ABAIXO , LUIZ CARLOS AMORIM )

 Como já mencionei em uma crônica recente sobre estantes para livros, há muito livro que, realmente, basta ser lido uma vez. 

Depois de lido não há porque guardá-lo, temos mais é que passá-lo adiante – doar, emprestar, presentear - para que outros leitores possam apreciá-lo, talvez mais do que nós, até.


Mas há livros grandiosos, verdadeiras obras-primas que precisamos manter por perto, para que possamos voltar a eles, pois a cada nova leitura, a cada nova recriação, nos revelam novas descobertas. E não me refiro apenas a livros de poesia.( ABAIXO , UM DOS CLÁSSICOS DO GRANDE JORGE AMADO : O LIVRO " CAPITÃES DE AREIA " , ORIGINALMENTE PUBLICADO EM 1937 )

 Há romances, livros de contos e de crônicas, livros até de outros gêneros, os quais dão prazer de se ler de novo, possibilitam-nos recriá-los de uma maneira nova, descobrindo novos detalhes e novas nuances que enriquecem ainda mais a qualidade do texto, da trama, de tudo. ( ABAIXO , UM DOS CLÁSSICOS DE MACHADO DE ASSIS : "MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS " , DE 1881 )


Não vou citar títulos de livros que tenho guardados comigo, porque são muitos e também porque a minha preferência pode não ser a mesma dos meus leitores. E isso é natural. 

Mas eu sou um daqueles leitores que de vez em quando volta a um livro já lido, como um livro de poemas de Quintana ou de Pessoa, por exemplo, nem que seja para ler só um ou dois poemas.( ABAIXO , RESPECTIVAMENTE , O POETA GAÚCHO MÁRIO QUINTANA E O PORTUGUÊS FERNANDO PESSOA )



Há até quem diga, como a personagem do livro que estou lendo, que é perda de tempo ler de novo alguma coisa que já lemos. 

Mas a verdade é que o prazer de ler uma obra bem escrita e bem urdida é coisa para se degustar devagarinho e de novo. 

É claro que devagarinho é força de expressão, pois quando pegamos um bom livro lemos com sofreguidão, de um fôlego só, essa é que é a verdade.( ABAIXO , UM DOS LIVROS DO ESCRITO MARCELO RUBENS PAIVA : "BALA NA AGULHA " , DE 1992 )


Então, confesso mais uma vez: tenho uma grande estante de livros em meu escritório e de vez em quando retorno a algum deles. "