O batismo da corporação ocorreu ás 4 horas do dia 11 de fevereiro de 1895 : a casa comercial localizada na atual Rua do Príncipe e pertencente a CARLOS SCHNEIDER pegou fogo e só depois de 3 horas é que os bombeiros conseguiram extingui-lo , mas eles ficaram muito mais tempo no local : como bom alemão , Carlos Schneider ofereceu cerveja à todos os bombeiros .......Nessa ocasião ficaram evidentes diversas falhas da corporação : uma organização e um comando deficientes , a afobação na hora de pagar o incêndio e a ajuda indevida - embora com a melhor das intenções - de muitos moradores na hora do incêndio , mais atrapalhando do que ajudando ......Também pesava contra a precariedade da própria corporação : baldes de lona , machadinhas , facões e uma bomba hidráulica - importada da Alemanha e adquirida em abril de 1893 , tendo sido paga pela Prefeitura - eram guardados em uma casinha junto a uma residência pertencente a ELISA HASSE , na atual rua Comandante Eugênio Lepper ( ele comandou a corporação no período entre 1933 e 1950 ) e os exercícios e ensaios eram realizados no campo da Sociedade dos Ginásticos . Foi só em 23 de fevereiro de 1913 , ou seja , 21 após a sua fundação , que a corporação ganhou uma sede própria , no mesmo local onde está até hoje e que em terreno que fora adquirido dois anos antes por meio de dinheiro arrecadado entre os moradores . A história do surgimento do Corpo de Bombeiros de Joinville - hoje uma entidade-modelo e infelizmente uma das raras corporações de bombeiros voluntários existentes no Brasil - , enfrentando todos os tipos de adversidades , além de ter sido mais uma prova de um velho ditado alemão - " Quando dois alemães se encontram apertam-se as mãos . Mas quando são três , formam um clube " - também foi um dos inúmeros casos de uma característica marcante de Joinville , especialmente em seus primórdios : O ESPÍRITO COLETIVO E SOLIDÁRIO .......Ajudar o próximo sem querer nada em troca e em prol do bem da coletividade : essa decisão tão nobre e praticada por tão poucas pessoas é justamente o tema da crônica de hoje , de autoria do jornalista e contador de histórias ROBERTO SAZBUNIA.....CONFIRA :
"A quantos filmes você já assistiu, cinéfilo leitor/atenta leitora, em que algum
sargento durão pronuncia a frase do título dessa crônica ?
Se for um drama de
guerra, provavelmente vários soldados darão o tal passo à frente, oferecendo-
se para a batalha ; aí, claro, o sargento escolherá aqueles cujos nomes
aparecem nos créditos do filme. ( ABAIXO , CENA DO CLÁSSICO FILME "APOCALYPSE NOW " , DE 1979 )
Já no caso de uma comédia, vi diversas vezes
a cena em que o pelotão inteiro dá um passo para trás, deixando o covarde
recruta como ' voluntário ' ;
se tudo correr de acordo com o roteiro comum das
comédias, ele retornará da batalha como herói ( ABAIXO , MEDALHAS MILITARES ) , nos braços da mocinha.
Mas essa crônica não tem o objetivo de discorrer sobre cinema. O tema aqui é
o voluntariado na vida real. Cidadãos comuns se oferecendo para ajudar numa
tarefa nobre.
Pode ser o esforço de resgate de vítimas de uma catástrofe,
como um terremoto ou uma inundação.
Recorro ao cinema para exemplificar,
tomando como modelo o filme ' O Impossível ' ( ABAIXO ) , sobre o drama de uma família
vítima do tsunami de 2004 no Sudeste asiático.
Os hospitais e centros de
acolhimento na Indonésia e demais regiões afetadas viviam abarrotados de
vítimas ( ABAIXO ) – e de voluntários ajudando no que fosse necessário e possível.
Os russos protagonizam uma ação de solidariedade há vários anos, num
projeto chamado ' Exploração ' . O objetivo : localizar restos mortais de soldados
mortos durante a Segunda Guerra ( ABAIXO , SOLDADOS ALEMÃES NA BATALHA DE STALININGRADO , TRAVADA NA RÚSSIA ENTRE 17 DE JULHO DE 1942 E 2 DE FEVEREIRO DO ANO SEGUINTE ) , para tentar identificá-los e devolvê-los aos
descendentes.
A tarefa, já difícil pela própria missão em si, assume ares de
perigo quando, além de um corpo, os escavadores topam com artefatos como
minas ou granadas não detonadas ( ABAIXO , MODELO DE GRANADA RUSSA USADA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL ) . Já morreu gente assim.
Você, que agora está lendo essa crônica, já foi voluntário em alguma coisa na
vida ? Se foi ou ainda é, sabe como essa atitude é gratificante.
Pode ser uma
iniciativa simples, como retirar entulho dos cursos d’água ou vasculhar terrenos
baldios ( ABAIXO ) em busca de focos de mosquito.
Se for estudante do ensino médio,
participar das ações do seu colégio ( lembro-me de como meus filhos voltavam
cansados e satisfeitos das visitas que faziam a comunidades carentes - ABAIXO ).
Ainda
para crianças e adolescentes, há os grupos escoteiros ( ABAIXO ) , onde atitudes voltadas
ao bem comum também podem ser divertidas.
Aqui pelas cidades da região há centenas de entidades empenhadas em
organizar os voluntários. Conheci nesta semana a pequenina e maravilhosa
Associação dos Voluntários da Maternidade Darcy Vargas ( ABAIXO ) .
Bem na entrada,
onde antigamente funcionava a lanchonete, quatorze pessoas dedicam
algumas horas da semana ao trabalho de oferecer algum apoio às famílias que
ali chegam para o grandioso momento do nascimento.
Transformando malhas
em camisolas, selecionando donativos, organizando o brechó ou comprando
medicamentos, esses anjos de carne e osso ( ABAIXO ) dão sua parcela de colaboração
no esforço de deixar a cidade mais humana.
Sem ganhar nada por isso, além
da satisfação de ver uma família feliz, mamãe de camisola nova amamentando
seu bebê também de roupinha bonita ( confeccionada pelas voluntárias do
Mutirão do Amor - ABAIXO ).
Dê um passo à frente agora mesmo, caro leitor e querida leitora. No seu bairro
há, com certeza, alguma oportunidade de ser voluntário pelo bem da
comunidade. Avante ! "
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