quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Um pouco de polêmica:Marcha do cifrão

Mais um texto sobre o espinhoso e polêmico tema RELIGIÃO....o texto a seguir foi escrito por IVO S.G. REIS e é sobra a recente Jornada da Juventude realizada no Rio de Janeiro.O Brasil é desde 1891 um país laico,ou seja,não existe uma religião oficial e sim uma liberdade para seguir a religião que se queira ou até mesmo para não se acreditar em nada..Foram consumidos,na Jornada Mundial da Juventude, 118 milhões de reais,não apenas de católicos mas também de evangélicos,budistas ,espíritas.....AGORA CONFIRA O TEXTO: "Ambos são megaeventos cristãos, de âmbito mundial, e têm praticamente a mesma idade. O primeiro (puramente católico), tem vinte e sete anos de existência; o segundo (hoje evangélico), vinte e seis. O primeiro ocorre a cada dois ou três anos e, o segundo, anualmente. Ambos têm objetivos proselitistas, amparados por forte e bem estruturado marketing religioso, arregimentando grande número de peregrinos e fiéis, sendo difícil dizer qual deles atrai o maior número de participantes. A Jornada Mundial da Juventude, - este ano no Brasil -, foi idealizada pelo Vaticano em 1984 e começou a ser realizada a partir de 1986, cada uma delas em um país diferente, sendo a última (2011), em Madri (Espanha), seguindo a seguinte trajetória: 1986-1987-1989-1991-1993-1995-1997-2000-2002-2005-2008-2011-2013 Já a chamada 'Marcha para Jesus', conforme informações do próprio site do evento, teve início em 1987, na cidade de Londres (Inglaterra), e era um evento misto de católicos e protestantes, assim permanecendo até 1991. A partir de 1992, a Marcha para Jesus tornou-se um movimento evangélico de âmbito mundial, saindo da Europa para outros países da América, África e Ásia. No ano de 1993, chegou ao Brasil através da Igreja Renascer em Cristo, que realizou a sua primeira edição, bem como todas as demais, até a de 21ª edição, em junho de 2013. Segundo informações dos organizadores, o evento brasileiro realizado em São Paulo é considerado o maior do mundo. Em relação ao Brasil, apesar de ser um país ainda de maioria católica, a popularidade das chamadas 'Marchas para Jesus' (evento evangélico), parece ser maior e atrair um número maior ou equivalente de pessoas. É o que estamos observando, comparando-se os números da Jornada Mundial da Juventude com os da Marcha para Jesus, esta última, realizada em todas as principais capitais do país, simultaneamente ou com datas bem próximas. Não existem estatísticas precisas para estabelecer-se a comparação porque as comissões organizadoras dos eventos mentem, sempre superestimando o número de público. Assim, os dados só podem ser coletados filtrando-se e comparando-se o que a mídia publica. Mas partindo-se dos censos religiosos do IBGE e os das empresas especializadas de pesquisa, mesmo sem serem muito precisos, verifica-se que em números atuais (2013) a população evangélica brasileira (28%) representa aproximadamente a metade da católica (57%). Não seria então natural que o evento católico fosse muito mais grandioso, em todos os aspectos? Por que está ocorrendo essa aparente anomalia? Vamos tentar compreender: O que visa cada um dos eventos? Na verdade, embora isto não seja dito, o principal objetivo é aumentar o número de seguidores e/ou evitar perder os que já possuem. Quanto maior o número de igrejas e fiéis, maior o poder da denominação religiosa e maior a possibilidade de crescimento econômico, já que hoje as igrejas atuam como verdadeiras empresas, a ponto de já estarem sendo chamadas de “igrejas-empresas”. Portanto, existe entre as religiões uma guerra concorrencial religiosa, tal qual a guerra mercadológica. A diferença é que as igrejas atuam num nicho de mercado exclusivo e fidelizado, o “mercado da fé”. E nessa disputa de mercado, a grande arma é o marketing religioso agressivo, com publicidade bastante antecipada, intensa e repetitiva, em todo e qualquer tipo de mídia. Nesse particular, levam vantagem os evangélicos, hoje com poder de comunicação e penetração muito maior do que o dos católicos e utilizando bastante o que se convencionou chamar de 'televangelismo'. A outra arma é a rápida proliferação das igrejas evangélicas (no mínimo, uma em cada bairro e, nos mais populosos, uma a cada cinco quadras), o que é conseguido pelo baixíssimo custo de instalação e pouquíssima burocracia. Igrejas católicas são mais caras, obedecem a um padrão mínimo, requerem autorização do clero e exigem sacerdotes religiosos com formação teológica. Já para um 'pastor evangélico'(FOTO ABAIXO), muito pouco é exigido, dispensando-se até mesmo qualquer tipo de formação teológica. Enquanto para um sacerdote religioso católico exige-se o estudo, mas não carisma e nem o poder de oratória, para o ministro evangélico é o inverso: exige-se o carisma, mas não o estudo, que pode ser compensado pelo poder da oratória. Obviamente, é muito mais fácil formar-se um 'pastor' do que um 'padre'. Casos há até, de pastores com baixíssimo nível de instrução, bastando a eles saber ler bem (escrever, nem tanto), falar e empolgar, e conhecer superficialmente a Bíblia, com ênfase maior no Novo Testamento. Infelizmente, esta é a realidade.

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