sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Um pouco de polêmica: Cidade ordeira ?

CIDADE DOS PRÍNCIPES, CIDADE DAS BICICLETAS,POVO ORDEIRO E TRABALHADOR,CIDADE DO TRABALHO.........quem nunca ouviu expressões como as citadas há pouco quando se fala de Joinville?No último 8 de dezembro Atlético Paranaense e Vasco disputariam em Joinville um jogo que teria tudo para ser emocionante e bem disputado.De um lado o Atlético lutava para se classificar para a Taça Libertadores da América e de outro,o Vasco lutava para não ser mais uma vez rebaixado para o campeonato brasileiro da série B.Teria tudo para ser um grande jogo ,teria........membros de torcidas organizadas dos dois clubes entraram em confronto e as cenas de barbárie ganharam o mundo em parte mancharam o nome de Joinville.Para "limpar" um pouco da sujeira surgiu nas redes sociais uma campanha mostrando que Joinville é ordeira e que aquilo é coisa de gente de fora,esquecendo-se que aqui mesmo em Joinville existem regiões como o bairro Espinheiros,desassistidos pelo poder público e onde a criminalidade é altíssima(FOTO ABAIXO)..........FELIPE SILVEIRA comenta no blog CHUVA ÁCIDA a respeito disso.VALE MUITO A PENA CONFERIR! " Depois da repercussão negativa na mídia nacional (e até mesmo internacional) causada pela briga entre torcedores de Atlético-PR e Vasco na Arena, a cidade de Joinville buscou refúgio no seu mais forte clichê: somos uma cidade ordeira e trabalhadora. As redes sociais e a imprensa local foram tomadas por uma onda ufanista, preconceituosa, xenófoba e ridícula, reforçando que a violência é coisa do outro, do 'de fora', tentando dizer que aqui não fazemos nada disso. O prefeito(FOTO ABAIXO) chegou a dizer que o 'episódio que aconteceu na Arena não envolveu joinvilenses. Nosso povo é cordial, educado e forte. O mundo saberá reconhecer'. Esse 'cordial, educado e forte' é a revitalização do discurso martelado nos joinvilenses desde que nasceram: somos um povo ordeiro e trabalhador. Não vou discutir ou tentar mostrar aqui que somos tão violentos quanto outros. Isso seria chover no molhado e o Clóvis Gruner já falou o que tinha para ser falado sobre esse tipo de violência. A discussão que me interessa aqui é sobre outra violência, que se perpetua por meio desse discurso nojento de ordem e progresso, que se esconde na campanha “#issoéjoinville”, nas falas do prefeito e nas chamadas dos jornais que insistem em não fazer jornalismo. Violência histórica e atualizada Nos anos 20 e 30 a ordeira e pacata cidade de Joinville (FOTO ABAIXO) viveu momentos muito intensos de lutas de trabalhadores – no campo e na cidade. Foram diversas greves, manifestações e outros conflitos que foram sufocadas pela violência do Estado, seja pelo uso da força ou pela violência do jogo do poder econômico. Além disso, a coação e coerção de Getúlio Vargas aos trabalhadores do Brasil jogou a pá de cal sobre os movimentos de luta no Brasil, que passou a viver no submundo. De lá pra cá essa violência se perpetuou e se consolidou no discurso da ordem e do trabalho, utilizando dos mais variados recursos com maior e menor intensidade, de acordo com a necessidade da classe dominante. E foi exatamente isso que aconteceu na última semana, quando um militante do Movimento Passe Livre (MPL) de Joinville foi processado por participar de uma manifestação no dia 14 de agosto de 2013, na reunião do Conselho da Cidade que ocorria na Sociedade Harmonia Lyra, no centro de Joinville. O motivo do processo é uma porta que supostamente teria sido quebrada quando tentaram impedir a entrada dos manifestantes no local onde ocorria uma reunião de caráter público, e, portanto, aberta ao público. O militante que assinou o termo circunstanciado para colaborar com a polícia, que não sabia quem quebrou a porta (pode ter sido um segurança da elite), foi intimado. É fundamental que todos leiam esse texto publicado no blog do MPL, mas copio abaixo um trecho para deixar claro o que isso tem a ver com este texto: 'É uma tentativa de criminalização, que assola os movimentos sociais, não somos os únicos nem os primeiros. O fato é que o poder político e econômico tenta criminalizar os movimentos sociais porque a população buscou opinar dentro de espaços da elite joinvilense, como o Conselho da Cidade, e a própria Sociedade Harmonia Lyra, e tanto parece incomodar essa classe que visa enriquecer em detrimento do sofrimento do povo.' Está claro, não? Diante da circunstância o poder econômico utiliza de todas as suas ferramentas. Ao longo da história do mundo já mandou sequestrar, matar, estuprar... e com alguma frequência. Descobriu-se, também nessa semana, que a ditadura civil-militar (lixos no poder de 64 a 85) mandou matar Juscelino Kubitschek, viram? E o que isso tem a ver com o discurso de cidade ordeira e trabalhadora? Se você não consegue ver, meu amigo... "

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