segunda-feira, 31 de março de 2014
Uma vontade de não morrer
Em 2000 a prefeitura adquiria o prédio que foi sede de uma das maiores cervejarias do Brasil : a saudosa COMPANHIA SULINA DE BEBIDAS ANTÁRCTICA ou , para os mais antigos , CERVEJARIA CATHARINENSE ( com TH mesmo !). A compra fazia parte de um ambicioso projeto que visava transformar um tradicional pólo industrial em um centro de cultura e turismo . Segundo o prefeito da época , LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA , a futura CIDADELA CULTURAL ANTÁRCTICA geraria empregos e renda . E ela realmente gerou OCUPAÇÃO.........só que para RATOS , MOSCAS , BARATAS.........Como muito bem definiu o urbanista e consultor empresarial JORDI CASTAN , em entrevista para o ALAMEDA CULTURAL , a Cidadela Cultural parece mais um cortiço cultural !Os espetáculos teatrais promovidos pela incansável AJOTE ( Associação Joinvilense de Teatro ) em seu galpão são uma das poucas atividades que acontecem no local . Como sonhar não custa nada , na crônica de hoje JURA ARRUDA faz um exercício de imaginação e descreve uma Cidadela que ele , e nós , gostaríamos de ver . CONFIRA :
"Os carros esperavam que eles cruzassem pela faixa de pedestre . Pisaram na calçada e alguma coisa aconteceu , uma leveza misturada a uma certa ansiedade . O mais novo olhou para a mãe e sorriu com os olhos .
Logo atrás deles , duas mães e seu filho também chegaram . Passaram pelo portão e avistaram ao longe a lona estendida e um grupo de pessoas acompanhando as peripércias de um palhaço .
Caminharam mais e viram a fila para um filme independente na sala do cinema .
Andaram mais um pouco e avistaram em sequência a sala do Núcleo de Fotografia , a sala de ioga e a escola de panificação exalando cheiro de mesa posta .
O palhaço deu uma pirueta e uma das mães gargalhou , cobrindo rapidamente os lábios com as mãos . Havia tempo que não se permitia essa expressão de felicidade . Era mesmo um dia especial e ou era o lugar que tinha essa aura brilhante de felicidade .
As mães e o filho delas caminharam até o galpão do Museu de Arte , onde uma instalação de Nilton Tirotti ( FOTO ABAIXO )
tirava o fôlego, enquanto obras intrigantes da Coletiva de Artista pareciam decolar das paredes . O menino disparou quando avistou o galpão de teatro era dia de peça nova da Dionísios Teatro .( FOTO ABAIXO )
Um café oferecia deliciosas guloseimas , incluindo geléias caseiras e cucas de diversos sabores .
Em uma mesa de restaurante panorâmico ,
o garçom puxava a mesa sem deixar cair os copos que apenas tremeram antes de se acomodarem de novo . Algumas pessoas entravam pela primeira vez no Museu de Arte Comtemporânea Luiz Henrique Schwanke . Ao fundo , mais obras de arte eram exibidas nas salas da AAPLAJ .
Homens de chapéu e mulheres de saia rodada conversavam sobre o novo trabalho de um autor da Confraria dos Escritores ; ( FOTO ABAIXO )
outro grupo que programava ida ao lançamento do novo livro de Mila Ramos , ( FOTO ABAIXO )
que voltava a produzir como nas décadas passadas . Em meio a tudo isso Dúnia de Freitas ( FOTOS ABAIXO )
erguia a voz interpretando seu mais novo poema e Caco de Oliveira ( FOTO ABAIXO )
oferecia poesias carimbadas mundo afora . E o mais incrível , sabe o que era ? Era que era uma terça-feira .
Foi assim que imaginei um dia a Cidadela Cultural Antárctica , ( FOTO ABAIXO )
tomada de arte e gente . Para onde as pessoas virão de todos os lugares para apreciar todas as formas de expressão e não farão isso porque lhes falta cultura em seus bairros , mas porque o programa lhes agrada e é importante .
É só um sonho . Mentira ! É um desejo , uma ansiedade , uma inquietação , um incômodo . Uma vontade de não morrer sem ver isso . "
( ABAIXO , ESPETÁCULO DE TEATRO NO GALPÃO DA AJOTE )
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