terça-feira, 5 de agosto de 2014

A prepotência dos Canalhas

Existem inúmeras diferenças entre Brasil e Estados Unidos  e isso exigiria um livro e não um texto em um blog , mas vamos a algumas delas .........Com um clima bem semelhante ao da Europa e sem encontrar um produto que rendesse lucros fabulosos , os ingleses transformaram aquele território em uma área de colonização , atraindo famílias em sua maioria vítimas de perseguições religiosas . E se a sociedade norte-americana  está longe de ser perfeita ( a intolerância religiosa é e sempre foi um dos males daquele país ) , lá prevalece o princípio da igualdade entre os cidadãos . Já o Brasil.........os portugueses encontraram logo de cara u o pau-brasil , árvore cuja seiva avermelhada era usada no tingimento  de tecidos e cuja madeira era também muito usada na construção de navios ; porém interessava muito mais o lucrativo comércio com a Índia .

 Governado um país pequeno e sem muitos recursos financeiros para ocupar um imenso território como o brasileiro , o rei português DON JOÃO III  dividiu o território em 15 imensas faixas de terra , as capitanias hereditárias , entre 12 felizardos - nobres , altos funcionários do governo e militares -  que teriam em suas terras poderes tão grandes quanto o do próprio rei (embora esse sistema não tivesse dado certo , continuou até 1763 ) . Por aqui sempre prevaleceu o "MANDA QUEM PODE , OBEDECE QUEM TEM JUÍZO " , a influência , o apadrinhamento e a infame mentalidade de que quem respeita as leis é "otário" .........Uma demonstração do  nojento JEITINHO BRASILEIRO   foi vivenciada pelo escritor DONALD MALSCHITKY , autor da crônica de hoje , e que sua história sirva de exemplo . CONFIRA :

" Prometi a mim mesmo ficar quieto , fazer de conta , que por não ser comigo , não tinha nada que meter o bedelho . Prometi ,é verdade ! Não cumpri ; tentei falar educadamente , e isso eu fiz , mas só no começo . ' O senhor viu que estacionou numa vaga para pessoas com dificuldades de locomoção ? '



 A resposta veio em tom de desafio : 'Eu sei , se vier alguém , eu tiro ' . 'E quem tem direito à vaga vai precisar parar no meio da rua para que você manobre para tirar o carro ' , tentei argumentar . Por que fiz isso ? Foi a senha : ' Vai trabalhar e vai tomar.......'  , respondeu , obviamente completando a frase .



 Aí minha promessa escafedeu-se ; educadamente , quase encostei meu nariz no dele ,perguntei se tinha filhos  e se era assim que os educava . Repetiu mais duas ou três vezes a ofensa e saiu da agência .

 Dois guardas acompanharam tudo de dentro da agência e não tomaram qualquer atitude ; não era com eles ........



 O azar do indivíduo : era um carro corporativo , identificado , numerado e rastreado e ele não poderia estar naquele lugar àquela hora .



Bastou ligar para a empresa para , em minutos , receber um retorno , pedindo desculpas e garantindo que o empregado seria punido . No mesmo dia , mais telefonemas  , subindo na hierarquia da empresa . Dias depois , outro contato ,



voltando a pedir desculpas e explicando o que fizeram com o funcionário . Não foi coisa boa para ele . Aproveitaram para montar um esquema de conscientização de todos os funcionários - é uma empresa grande , com várias filiais - sobre a conduta dos colaboradores em público .



 Exemplar a conduta , pois , além de punirem quem fez a burrada para que aprenda a se comportar e respeitar os outros , usaram a oportunidade para melhorar a conduta de todos .

 Haveria outro final , se eu fizesse o que fizeram os guardas e os gerentes do banco



 e simplesmente lavasse as mãos , afinal , não sou cadeirante nem nada disso . Seria justo ? Isso leva a outra pergunta , mais profunda : por que os estabelecimentos mantém essas vagas ? Só por que a lei o exige ? Por que a maioria não se importa com o seu cumprimento ? Medo de perder clientes ? Então é questão de prostituição ?

 Ou que nome se pode dar a alguém que , por dinheiro , se curva à prepotência de quem não possui valores ? "

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