Uma massa de água salgada , onde vive uma infinidade de espécies animais e vegetais .......essa seria a definição seca , simples e lógica do que é o MAR . Mas como a lógica não combina coma poesia , então deixaremos que os próprios poetas , na sua linguagem tão característica , definam o que é o mar .......Na música TEMPO DAS ÁGUAS , presente no disco MULUNGO ( 1992 ) , o poeta e menestrel OSWALDO MONTENEGRO , em parceria com RAIMUNDO COSTA , cantou o mar e o amor da seguinte da seguinte maneira : " Vem que eu sonhei com você / Vem bonita me ver / Acordar os cristais / Vem depressa me ver / Que eu já vejo os navios deixando o cais Brilho das pedras / Do fundo do mar / Por onde te bates / Vem , que só vendo pra crer / Vem bonita pra mim / Que nem eu compreendi / Que era verdade Tempo das águas / De muitas marés / Me conta quem és / Vem , que eu contei com você / Vem bonita pra mim / Que eu me comprometi / Com a felicidade " . Certo tempo antes o mesmo Oswaldo Montenegro contou a lenda do surgimento da ESTRELA DO MAR na música A PRIMEIRA ESTRELA , presente no disco CRISTAL ( 1982 ) , da seguinte maneira : " A primeira estrela q apontou pro viajante / qual é o caminho / que leva à beira do mar Mas três condições / ele teria que cumprir / para chegar Ensinar a todos que pedissem / seu caminho / sem cobrar Cada fruta boa / que ele comesse / ia plantar E a terceira condição / era um segredo / que ele nunca quis contar . Mas o viajante / quando chegou até o mar / quis pegar a estrela / a quem resolvera amar E a primeira estrela / que amava o viajante / jogou sua imagem / na água sem pensar . E o que conta a lenda q é que justo neste instante / nasceu a primeira estrela / do mar . " O grupo paulista O TEATRO MÁGICO cantou o mar assim : " Veio de manhã molhar os pés na primeira onda / Abriu os braços devagar e se entregou ao vento / O sol veio avisar que de noite ele seria a lua , / Pra poder iluminar Ana , o céu e o mar ......" Ele não é músico nem menestrel e quem costuma ler suas indignadas e críticas crônicas no jornal NOTÍCIAS DO DIA pensa tratar-se de um daqueles sujeitos chatos , ranzinzas , para quem nada no mundo pode estar bom.........Grande engano ! DONALD MALSCHITZKY é um sujeito que esbanja simpatia , bom humor e que também é autor de verdadeiras joias líricas como a que você irá ler hoje . CONFIRA :
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Conversavam, a moça e seu cachorro,
sentados no banco de concreto na praia. Ventava, ainda, como fizera na semana inteira. Pessoas agasalhadas,
frente ao mar, parecem mais protegidas do que se, igualmente vestidas, caminham pelas ruas cercadas de construções. O frio, o vento e o mar revolto estabelecem sua cumplicidade com quem se atreve a sair e mirar o que o que nem todos apreciam.
Contava a moça de quando pequena, a correr na praia
em dia de ventania e da areia que levantava para misturar-se a seus cabelos e as roupas a esvoaçar. Dos respingos que, das ondas, formavam pequenas pérolas em sua testa, a escorrerem pela face e do gosto de sal que gostava quando passava a língua nos lábios. Entre sorrisos de saudade, falou da mãe preocupada com gripes a espreita em cada gota para grudar em crianças desobedientes.
Foi em dia de mar como este, forte, espumante e belo como cavalo indomado a correr por instinto e prazer, que desenhou a casa na areia, e o mar cobriu e levou seus traços.
Imaginou que ele os queria para si, depois, que os levaria para outra praia, onde outras crianças
desenhariam vasos de flores nas janelas de sua casa de riscos na areia.
Dos rochedos, um pouco ao norte,
falou ao cachorro que são artes do mar, que a maré estava alta para lavar as reentrâncias e proteger os mariscos, caranguejos, algas e as conchas coladas. Que o mar tem paciência e esculpe a pedra para que aponte para o céu, se arredonde, se alise para que os namorados possam assentar-se e dar-se as mãos a compartilhar o horizonte
e os barcos e as gaivotas
e, quem sabe, o salto assustado ou de prazer de algum peixe.
Também houvera um namorado que gostava de mar
e sentavam nas rochas, bem perto de onde as ondas se espatifavam e sorriam e se encharcavam de água, de frio e de vento e que gostava de passar a língua na face dele para sentir o sal, na lembrança de sua infância. Contou de como ele se fora, mas que sempre lembrava dele na dança do mar e no embate das ondas no costão.
Murmurou de como era bom ter um amigo como ele, a escutá-la sentado a seu lado, amigo e companheiro como este mar bravio no sábado de sol de inverno. "
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