Antônio Francisco Lisboa , ou simplesmente ALEIJADINHO ( 1738-1814 ) , nasceu na antiga Vila Rica , hoje Ouro Preto , sendo filho de pai português , mestre-de-obras , e de mãe escrava . Aprendeu o ofício do pai ainda muito criança e muitas das igrejas , capelas e altares encontrados na chamada região histórica ou do ouro de Minas Gerais são de sua autoria ou tiveram a sua participação , Suas obras feitas antes da doença caracterizam-se pelo equilíbrio e a sobriedade e os principais destaques desse período são as igrejas SÃO FRANCISCO DE ASSIS ( 1766 ) e NOSSA SENHORA DAS MERCÊS E PERDÕES ( 1775 ) . Mas foi justamente após contrair a doença foi que Aleijadinho fez as suas melhores obras : os trabalhos dessa fase , cujo período mais agudo foi entre 1796 e 1805 , caracterizam-se pela mistura dos estilos barroco , rococó , clássico e gótico e as obras mais impressionantes são o conjuntos de esculturas OS PASSOS DA PAIXÃO e OS DOZE APÓSTOLOS , esse último na igreja BOM JESUS DE MATOSINHOS , no município de Congonhas do Campo . Nesse último também , Aleijadinho esculpiu 66 obras em madeira e 12 em pedra-sabão e talvez seja o trabalho mais impressionante dele , capaz de deixar até o mais ferrenho ateu de boca aberta ! Além de doente , infelizmente Aleijadinho acabou morrendo pobre e foi só no princípio do século 20 que sua obra foi enfim redescoberta e valorizada . Além de Ouro Preto e Congonhas do Campo , as cidades de Sabará , Mariana , Caeté , Tiradentes , Barão de Cocais e São João Del Rey t~em o raro privilégio de ter obras de autoria de Aleijadinho . Além de ter sido uma das raras pessoas que podem ser chamadas de GÊNIO , Aleijadinho é um exemplo claro de força de vontade, garra , superação e amor à vida . Na crônica de hoje o jornalista e contador de histórias ROBERTO SZABUNIA nos traz outros impressionantes e estimulantes exemplos , desta vez na área esportiva . CONFIRA :
"Você aí, sofrido leitor, dolorida leitora, anda reclamando que ' esse tempo
maluco, esquenta-esfria, me deu uma gripe danada ' .
E os inevitáveis
resmungos: ' tô todo moído ' , ' ai, minha cabeça, como dói...' .
E a coluna então?
Tá ' todo quebradinho' ? Dificuldade de levantar do sofá pra ir ao banheiro ou à
cozinha pegar uma cervejinha?
O assento desconfortável do carro provocou
uma inflamação no nervo ciático, que faz ver estrelas?
Pare de reclamar e dê um pulinho, quando der tempo, na pista de atletismo da
Univille ( ABAIXO ) , de manhã, de segunda a sexta.
Ali você vai ver alguns exemplos de
superação que vão te deixar envergonhado de amaldiçoar qualquer ' dor nos
quartos ' . Eu mesmo passei por essa experiência há dois dias, quando lá estive
batendo um papo com a treinadora Rosicler Ravache, ( ABAIXO )
responsável pelo time
dos atletas com deficiências físicas (há ainda os grupos com problemas
cerebrais e os com restrições visuais). Minha neuropatia periférica, que há
alguns anos afeta a mobilidade, ( ABAIXO , ROBERTO SZABUNIA )
é fichinha perto do que as limitações exigem
de alguns atletas da equipe.
Dos adultos Rodrigo e Sheila (Finder, nossa grande campeã - ABAIXO )
sem a integridade
dos membros, ao pequeno Jean, o adolescente Marcos e o também adulto
Gabriel ( ABAIXO ) enfrentando as consequências de paralisia cerebral,
testemunhei a
capacidade de reação que alguns seres humanos desenvolvem às
adversidades. Jean, no verdor dos 11 anos, não reclama uma vez sequer de
ter que repetir a árdua ultrapassagem das pequenas (gigantescas, pra ele)
barreiras,
seguida de uma corrida que dá um suador até na experiente
treinadora. Gabriel abandona por algum tempo a cadeira de rodas, empenhado
em rolar sobre os colchonetes, tantas vezes quanto a técnica mandar. Dói? Sei
lá. Não perguntei e nenhum deles reclamou.
A superação é também uma característica da própria treinadora, que escolheu
o atletismo ( ABAIXO ) adaptado como área de trabalho.
A ela cabe a indispensável dose
de paciência e autodisciplina, para ensinar, estabelecer limites, dosar as cargas
de exercícios compatíveis com cada atleta e transformar limitações em
conquistas.
E quando falo em conquistas, não me refiro tão somente às vitórias traduzidas
em medalhas, como as que Sheila trouxe do Canadá. Talvez Gabriel não
possa disputar jamais alguma competição como os Parapan ( ABAIXO , PROVA DE ATLETISMO NA ÚLTIMA EDIÇÃO DO PARAPAN , EM TORONTO )
ou Parajasc ; ( ABAIXO , EQUIPE DE JOINVILLE QUE CONQUISTOU O TÍTULO GERAL DA ÚLTIMA EDIÇÃO DO PARAJASC )
mas
cada vez que ele termina de rolar nos colchonetes é mais uma vitória
alcançada; quando volta à cadeira de rodas e vai pra casa, leva a medalha de
mais uma sessão de treinos concluída.
Cada um deles, atletas, treinadora e familiares, são exemplos de superação,
a
nos puxar para fora do comodismo e das lamentações, empurrando-nos para a
luta. Taca-lhe o pau, Jean! "
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