quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Desvestindo O Inverno

Você que por acaso está lendo estas mal escritas linhas  é cineasta ou fascinado por cinema ? Não é ? Não tem problema ! Eis uma história que daria um excelente roteiro de filme : era uma vez um sujeito estranho , filho de ASTREU e de AURORA e que vivia em uma caverna , mais precisamente em um monte chamado "HAEMON " . O nosso "homem da caverna " era , digamos , DIFERENTE : sua barba e seus cabelos eram feitos de NEVE , suas pernas eram na verdade SERPENTES e em lugar de braços e mãos , ele tinha ASAS . Até que um dia o nosso herói ( ? ) encantou-se por uma belíssima princesa chamada ORÍTIA e cujo pai era um rei chamado ERECTEU , mas ela negou-se a atender a seus cortejos .....Pobre donzela ! Acabou sendo raptada por nosso protagonista e teve com ele vários filhos . Insaciável , ele cortejou outras fêmeas .....Não , não eram outras princesas donzelas mas sim ÉGUAS (KKKK!!!!!) , daí  vem o fato de os cavalos serem velozes ( ah , tá ! ) ..... Essa história não é fruto da mente deste escriba , até porque ele é muito limitado para criar uma história tão fantástica como essa mas é sim mais uma das fantásticas histórias da inigualável MITOLOGIA GREGA  ! O personagem em questão é o deus BÓREAS , divindade relacionada ao vento norte ( daí o termo vento boreal ) e AO INVERNO , sendo que em várias cidades da antiga Grécia existiam templos religiosos e festividades dedicadas à ele .....Um sujeito que com certeza não assistiria a esse hipotético filme e nem se renderia a essa divindade atende pelo nome de HILTON GORRESEN.....O irreverente escritor são chiquense , que ultimamente anda muito saudosista e filosófico comenta sobre a sua conflituosa relação com o INVERNO .....CONFIRA : 

"Não sinto muita simpatia pelo inverno ( ABAIXO ) . Se ele fosse uma pessoa, me

recusaria a sentar na mesma mesa. 

Talvez seja porque sou apaixonado pelas

estações médias, outono e primavera ( ABAIXO ) , nessa ordem. Tenho uma forte relação

psicológica com essas estações, coisa do tempo de menino.


A primavera começava, nos tempos de escola, com a cerimônia de plantar

uma árvore. 

A temperatura era sempre fresca, agradável, parecia que

respirávamos liberdade. 

As árvores eram parceiras nas explorações de íntimas

florestas.

O outono ( ABAIXO ) , para mim, é um tempo mítico, atemporal, feito de gostos,

cheiros, lugares e ventos. Um tempo no inconsciente ( como é difícil expressar

essas coisas intangíveis, que ficam impregnadas na gente ).


Tempo frio não é bom para caminhar: o choque térmico da friagem

externa com o aquecimento do corpo pode provocar comichão. 

E comichão,

além de incomodar, é uma das palavras que constam da minha relação das

mais feias da língua.


Mas não vou deixar que minhas preferências estraguem a alegria

daqueles que apreciam um friozinho. Daqueles que se submetem ao frio para

viajar a certos recantos a fim de apreciar a neve.

 Daqueles que esperam a

temperatura baixar para poderem dormir debaixo de três cobertores, para

degustar um vinho ou um chocolate quente.


Não. Devo dizer que tempo frio tem suas vantagens. Podemos tirar do

armário os pesados casacos, as luvas e toucas.

 E as mulheres são mais

bonitas no inverno, com seus casacos e botinhas. No inverno não existe mulher feia


Mas o inverno joinvilense é um traidor. Nada de geadas, neves e

nevascas de São Joaquim ( ABAIXO ) ; nada da neve americana, propícia à fabricação de

bonecos e bolas de neve.

 Apenas, na maioria do tempo, um friozinho mixuruca

( entremeado de breves ' ondas de frio ' ) que se resolve com um blazer leve.


Não houve jeito, até agora, de tirar do baú belas roupas de inverno ( ABAIXO ) , adquiridas

num impulso consumista e nunca antes usadas. Tenho o costume de comprar

as coisas e viver esperando a melhor ocasião para usá-las.

 Roupas que já não

estarão tão folgadas como no tempo em que as comprei. Roupas ( ABAIXO )  têm essa

estranha mania de irem se estreitando em torno de nosso peito e abdome, a

ponto de algumas vezes não conseguirmos mais abotoá-las.


Não pretendo frustrar aqueles que adoram esta época de muita roupa e

de mãos geladas, mas atenção:


 nosso inverno já vai se desvestindo, para se

transformar em tempo de camisetas e bermudas. Quem sabe já tenha

terminado quando você estiver lendo esta crônica. "
 

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