segunda-feira, 18 de abril de 2016

A Dar Cambotas.....

Guarde bem essas datas : 1 e 2 de dezembro de 1982 ......Exatamente nessas datas , tendo como local o Centro Médico de Utah , na cidade norte-americana de Salt Lake City e como autor do feito o cirurgião Wiliiam C. de Vries , a Medicina alcançou uma das maiores façanhas de sua milenar história : usando de um aparelho chamado JARVIK 7 - criado pelo médico Robert K. Jarvik - o citado cirurgião pela primeira vez na história implantava um CORAÇÃO ARTIFICIAL em um paciente ,que , ironicamente , era um médico chamado BARNET B. CLARK que tinha 61 anos de idade naquela ocasião ........Infelizmente ele acabou vivendo pouco empo para desfrutar desse feito : faleceu apenas 112 dias após a operação , mais precisamente em 23 de março de 1983 .......Mesmo em tão pouco tempo , imagine quantas situações emoções o novo coração daquele rejuvenescido senhor deve ter vivido : amores , paixões , excitações , tensões , perdas , tristezas , conquistas .......Ok , o coração não é o órgão-chave do nosso corpo e essa honraria cabe ao cérebro  mas no exato momento em que você está lendo estas mal escritas linhas por acaso se lembra de alguma música ou poesia exaltando o cérebro ? E os inspiradíssimos versos a seguir , de autoria do escritor e poeta  MILTON MACIEL são justamente  sobre essa que é a eterna fonte de inspiração de poetas e músicos .......Antes , uma observação : a palavra CAMBOTA significa CAMBALHOTA .....CONFIRA :

À sua vista, meu pobre coração
Virou cambota no meu peito vário,

Que, de inconstante no seu modo diário,
Travou-se em rocha firme da Paixão.


Esta mudança me fez, desde então,
Em suas mãos

 menos que um hilota.
Ah, por que tinha que virar cambota,
Dentro do peito, este meu coração !


No emaranhado insano da emoção,
Fiquei variado, tonto, apaixonado.

De hussardo dardo o peito trespassado,
A dar cambotas, dentro, o coração.


Sendo incapaz de lhe dizer um não,
Sigo esta vida de passo cambaio.
Como atingido por malaio raio,

Vira, em cambotas, o meu coração.


No estrupidar da mera sensação
De me arrastar em tolo desvario,

Corro a você, como pr’o mar um rio :

Em cambalhotas o meu coração ! "

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