Estávamos pesquisando a respeito do tema para este texto quando de repetente descobrimos um ótimo texto , escrito de maneira brilhante - como sempre - pelo jornalista-historiador gaúcho EDUARDO BUENO ( ABAIXO ) , que ganhou notoriedade nacional em virtude de seus muitos textos e vários livros abordando a história do Brasil , sempre usando uma linguagem leve , solta e acessível , até mesmo para quem é completamente leigo nesse assunto .
O texto , escrito em 1997 , trata de um assunto dramático : nações indígenas em vias de extinção .......No já distante ano de 1997 a outrora numerosa e temida nação indígena dos AVÁ CANOEIROS ( por volta de 1750 eram cerca de 3.000 indivíduos , que viviam nos territórios hoje equivalentes aos Estados de Goiás , Tocantins e Minas Gerais ) estava resumida a apenas , pasmem , 14 INDIVÍDUOS , sendo que desses , seis tinham contato com os brancos e apenas dois podiam ter filhos : o então garoto TRUMACK ( nascido em 1987 ) e a menina POTDJAWA ( nascida em 1989 ) . Detalhe : os dois eram IRMÃOS e a prática de incesto , entre os avás canoeiros ( ABAIXO , ÍNDIO DE SSA ETNIA ) , é punida com a morte ......
Curiosamente , apenas um ano após a publicação do texto de Eduardo Bueno descobriu-se que os avás canoeiros ( ABAIXO ) eram na verdade 40 indivíduos , sendo que 25 deles ainda não haviam tido contato com os brancos .
Porém , doze anos mais mais tarde , segundo informação divulgada pela Fundação Nacional do Índio ( FUNAI ) , o número de avás canoeiros havia tido drástica queda : agora eram 25 indivíduos , com quase todos eles vivendo no POSTO INDÍGENA CANOANÃ , ao norte da ilha fluvial de Bananal ( Tocantins - ABAIXO , DESTACADA DE VERDE NO MAPA DO TOCANTINS ) .
Presume-se também que a reduzidíssima quantidade de avás canoeiros ( ABAIXO , ÍNDIAS E BEBÊ DESSA ETNIA ) seja um pouco maior visto que foram encontrados indícios da presença de indivíduos dessa etnia - principalmente artefatos de cerâmica - em uma região da ilha do Bananal conhecida como MATA DO MAMÃO .......
Talvez jamais saberemos quantos indivíduos viviam no Brasil à época da chegada dos colonizadores portugueses ( as estimativas variam entre 1 milhão e 5 milhões de pessoas ) mas presume-se que pelo menos 1.000 nações indígenas brasileiras tenham sido extintas desde então ( segundo o último censo , realizado em 2010 , a população indígena brasileira era de 817.963 pessoas , ou inexpressivos 0,47 % da população brasileira ; - ABAIXO , UM PAJÉ GUARANI
esses números não consideram , é claro , as nações indígenas isoladas cujo número varia entre 32 e 98 - ABAIXO , ÍNDIOS ISOLADOS NO ACRE ) .
Se ainda sobraram alguns indivíduos da nação avá canoeiro para contar a história de seu povo , infelizmente o mesmo não aconteceu com os CARIJÓ ( a mansa nação indígena vivia entre a cidade paulista de Cananeia e a região gaúcha da Lagoa dos Patos e o seu número chegou a ser de cerca de 100.000 indivíduos - ABAIXO , GRAVURA EUROPEIA DO SÉCULO 16 RETRATANDO ÍNDIOS CARIJÓ ) ,
os TAMOIO ( ABAIXO , GUERREIRO TAMOIO - viviam na região da baía de Guanabara e eram cerca de 70.000 pessoas ) , os GOITACÁ ( viviam ao norte do atual Estado do Rio de Janeiro : canibais , corajosos pescadores de TUBARÃO e uma das guerreiras e temidas nações indígenas brasileiras , o seu número chegou a ser de cerca de 12.000 pessoas ) , os TUPINIQUIM ( os índios que entraram em contato com a expedição de Pedro Álvares Cabral : viviam entre o sul da Bahia e o atual balneário paulista de Bertioga , tendo sido cerca de 85.000 pessoas ) , entre muitas outros povos que acabaram desaparecendo praticamente sem deixar vestígios .......
A perda de povos inteiros , todos vítimas de GENOCÍDIO , é ainda mais dolorida e lamentável sabendo-se que com eles desapareceram línguas , crenças , religiões , organizações sociais , preceitos morais , táticas de guerra , danças , rituais , formas de artesanato , técnicas agrícolas , conhecimentos de flora , fauna e medicina , tipos de moradia e visões de mundo , o que inclui as lendas explicando fenômenos e elementos da natureza .......( ABAIXO , ÍNDIOS TUPINAMBÁS )
Felizmente muitas dessas lendas chegaram até os dias atuais ; histórias fantásticas , como a seguinte lenda tupi : era uma vez um casal de índios - ITAJIBÁ e POTYRA e ele ( ABAIXO ) , na condição de guerreiro , teve de partir para lutar contra uma tribo inimiga e despediu-se de sua amada em uma canoa na beira do rio .
Embora triste , Potyra não chegou a chorar e todos os dias ia à margem do rio na esperança de receber de volta o seu amado . Um dia os guerreiros de sua tribo retornaram mas Itajibá não estava entre eles.......Potyra ( ABAIXO ) chorou dolorosa e copiosamente pelo resto de sua vida
e , comovido , o deus TUPÃ transformou as lágrimas de Potyra ( uma curiosidade : o nome Potyra vem de POT ´URA , que significa "flor " ) em DIAMANTES ( ABAIXO ) , os quais foram depositados no fundo do rio ( esta lenda explica o fato de os diamantes serem encontrados entre cascalhos no fundo dos rios ) .........
Ao contrário do que muitos pensam , não é o nome que é bonito mas sima pessoa que o torna bonito - pelo menos , é assim que pensamos - e o caso de hoje é um perfeito exemplo de um nome que se encaixou perfeitamente com a personalidade de alguém : POTYRA NAJARA BATSCHAUER ( ABAIXO ) , a sabedoria e o espírito guerreiro indígenas aliados a tenacidade e ao jeito metódico dos alemães .......
A julgar também pelo talento dessa joinvilense , nascida em 22 de abril de 1981 e radicada em Balneário Camboriú , podemos afirmar também que se trata de um diamante valioso : escritora e professora de circo e teatro , é também uma artista circense e atriz , integrando a NOVA COMPANHIA DE TEATRO . No vídeo do dia você terá uma pequena demonstração desse valioso talento : antes da apresentação de um grupo de belas passistas , Potyra ( ABAIXO ) também mostra que tem muita ginga no pé , ou QUASE ISSO .......VALE A PENA CONFERIR !
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