quarta-feira, 29 de julho de 2015

A Singeleza Do Entendimento

Naquele princípio de século 20 o mundo vivia um momento único e especial em sua história , cheio de novidades , avanços e com um sentimento de euforia e crença no futuro da humanidade . Inventos hoje mais do que comuns em nosso cotidiano , como o avião , o aspirador de pó e o barbeador elétrico surgiam e outros , surgidos no século anterior , como a lâmpada elétrica e o cinema aos poucos disseminavam-se e popularizavam-se . Cientistas , como o casal PIERRE e MARIE CURRIE , ERNEST RUTHERFORD e ALBERT EINSTEIN , faziam descobertas revolucionárias . Artistas , como PICASSO , RENOIR , CHARLES CHAPLIN e ENRICO CARUSO estavam aparecendo ou já se consagravam e uma mistura curiosa de vários estilos , o ART NOVEAU  , influenciava a arte plástica , a literatura e a arquitetura . Mas havia algo estranho no ar........Desde 1882 as principais potências europeias - REINO UNIDO , FRANÇA , ALEMANHA , ITÁLIA e RÚSSIA - vinham fazendo acordos político-militares e fatores , como militarismo , nacionalismo , disputa por territórios ( principalmente na Ásia e África ) , fontes de matérias-primas e de mercados para os produtos industrializados vinham tornando a possibilidade de uma colossal guerra entre essas potências algo cada vez mais real . A faísca que faltava para acender o barril de pólvora aconteceu em 28 de julho de 1914 : FRANCISCO FERDINANDO , herdeiro do trono do IMPÉRIO AUSTRO-HÚNGARO e fiscal-geral das forças armadas daquele país , visitava mais uma das províncias daquele imenso império , no caso a já conflituosa BÓSNIA-HERZEGOVINA , e fazia um desfile em carro aberto quando acabou sendo alvejado por um jovem sérvio , de 19 anos , chamado GRAVILO PRINCIP e membro de uma organização secreta nacionalista sérvia . A Sérvia , então um pequeno e fraco reino aliado da Rússia , foi acusada como causadora do incidente e o Império Austro-Húngaro declarou guerra à ela . Os alemães tomaram as dores de seus aliados austro-húngaros e os russos dos sérvios , iniciava-se ali a PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL ........Acreditava-se , com altas doses de pretensão e ingenuidade , que aquele seria uma guerra rápida e que também seria A ÚLTIMA DAS GUERRAS .      Lamentável engano : a guerra só terminou em 11 de novembro de 1918 , com a rendição incondicional dos alemães ; envolveu 17 países ( soldados de várias então colônias britânicas , como CANADÁ , AUSTRÁLIA e ÁFRICA DO SUL , reforçaram o exército do Reino Unido ) , incluindo o Brasil e fez cerca de 19 milhões de pessoas perderem a vida . Em virtude do TRATADO DE VERSALHES , assinado em 28 de junho de 1919 , a ALEMANHA perdeu boa parte de seu território , todos os territórios que possuía em outros continentes , quase toda a sua frota de navios mercantes e ainda foi obrigada a pagar pesadíssimas indenizações de guerra .......Acabou sendo um verdadeiro tiro no pé : isso acabou aumentando o sentimento nacionalista e de revanche e abrindo caminho para acensão de ADOLF HITLER e a eclosão da SEGUNDA GUERRA MUNDIAL ( 1939 - 1945 ) . Fazendo valer a frase A GENIALIDADE HUMANA É COLOSSAL , A SUA ESTUPIDEZ É INFINITA , atualmente estão em curso 45 guerras , conflitos e  guerrilhas , sendo o mais antigo o conflito entre as duas Coreias , que estão tecnicamente em guerra desde 1950 ! A crônica de hoje é um singelo , lúdico e verdadeiro exemplo dado por animais  aos humanos e expõe um pouco da estupidez humana . CONFIRA :

"A cena é singela: num ambiente asséptica e imaculadamente branco (antecipando tratar-se de uma experiência científica),



são colocadas duas caixas azuis, dessas de transportar animais.



Numa delas estão quatro lindos filhotes de cachorro, pela aparência recém-desmamados, coisa de três ou quatro meses de vida; 



na outra caixa, o mesmo número de gatinhos, idem idem.



Na apresentação do vídeo, a observação: os filhotes de cão jamais viram um gato e vice-versa. Mais irrequietos, os gatinhos são os primeiros a sair da caixa, saltitando e buscando algo para brincar. Já os cãezinhos demonstram timidez, relutando em abandonar o aconchego da acolchoada caixa; porém, assim que o primeiro se aventura, os irmãos o acompanham. No ambiente vazio, sem um objeto sequer à mão (ou, no caso, à pata), um dos gatinhos vê no bicho peludo algo para brincar. Rapidamente se estabelece a empatia entre as duas ninhadas, e logo todos estão harmonizados nas brincadeiras. O passo seguinte da experiência, a alimentação, é igualmente uma demonstração de harmonia: caninos e felinos compartilham as gamelinhas de leite.

Trata-se, no final das contas, de um experimento sociológico: ainda que os animais tenham o instinto que os aproxima dos semelhantes, nada há que os impeça de manter entendimento com outra espécie. Ali, na sala branca, são todos filhotes, com as mesmas características e necessidades: brincar, tomar leite, dormir... 

Pouco importa aos gatos que quatro dos 'amiguinhos' sejam mais robustos, peludos e não tenham orelhas empinadas.

Do mesmo modo, os cãezinhos se habituam aos pulos dos magricelas e suas lambidas ásperas. 

Eles não sabem que 'cães e gatos não se dão'; apenas convivem, e se forem mantidos no mesmo ambiente durante toda a vida, certamente continuarão 'amigos'.

A tal experiência nada comenta sobre humanos, mas certamente o mesmo entendimento ocorreria entre bebês colocados lado a lado. Até imaginei a cena: numa creche situada em qualquer cidade – digamos em Israel –,( ABAIXO )

são recebidas duas crianças de 1 ano de idade, uma filha de israelenses,

outra de palestinos.

A dona do estabelecimento 

faz o trivial: deixa ambas no mesmo ambiente, com brinquedos e outros atrativos; mais tarde, alimentará as crianças na mesma mesa, com comida igual; na hora do soninho, Davi e Samir dividem o colchonete no chão; no dia seguinte, sorriem de alegria ao rever o amiguinho. Eles não sabem que ' são inimigos '. Se os pais não forem radicais, permitirão que a amizade se solidifique ao longo dos anos. Digamos que sejam Davi e Samira. O que os impede de, um dia, trocar alianças e iniciar uma família?


Resposta óbvia: impede-os a intolerância, o radicalismo de pessoas que vão lhes dizer que a convivência entre opostos é impossível.

Agora eu pergunto (e não encontro respostas): por que não permitir que seres humanos busquem o entendimento? Por que enfatizar as diferenças? Afinal, se até caninos e felinos, antagônicos por instinto, conseguem conviver,

humanos têm a capacidade de raciocinar e concluir que a harmonia é mais vantajosa. Penso que falta, na receita de bolo do entendimento, o principal ingrediente: fartas porções de tolerância ."


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