sexta-feira, 11 de julho de 2014

Micro Entrevista : ROBERTO SZABUNIA

Várias coisas aconteceram naquele ano de 1957.........em fevereiro daquele ano iniciava-se a construção de uma loucura que três anos mais tarde viraria uma realidade : Brasília ; ELVIS PRESLEY , THE PELVIS  já era o grande  ídolo de uma geração e estourava nas rádios norte-americanas com os mega sucessos TUTTI FRUTTI e JAILHOUSE ROCK ; vivia-se a chamada GUERRA FRIA entre a hoje falecida União Soviética e os Estados Unidos e naquele mesmo ano os soviéticos lançavam ao espaço o primeiro satélite , com o nome de SPUTNIK , e que dava início à chamada corrida espacial que culminaria na chagada do homem á lua doze anos mais tarde . Como uma mãe muito generosa , o Brasil recebeu entre o final do século 19 e princípios do século 20 milhares de famílias vindas da Polônia  em busca de uma vida melhor e concentrando-se em sua maior parte no vizinho Estado do Paraná em menor número na região do planalto norte catarinense . No seio de uma daquelas famílias de origem polonesa , os SZABUNIA , nascia na pequena cidade de Rio Negrinho , um menino que viria a ter o nome de Roberto ........A "prosa" do mês de julho é com ROBERTO SZABUNIA ( FOTO ABAIXO , DE CAMISA AZUL CLARA )  , um dos mais experientes profissionais do jornalismo joinvilense , com 35 anos de carreira e passagens pelo rádio e a televisão e que desde 2008 vem brindando os leitores do jornal NOTÍCIAS DO DIA , sem contar também os leitores do ALAMEDA CULTURAL........e que a seguir traz também histórias bastante curiosas . CONFIRA :



1- CERTA VEZ , EM UMA DE SUAS CRÔNICAS , VOCÊ COMENTOU QUE SEMPRE TEVE GOSTO PELA LEITURA E TAMBÉM FOI  MUITO INCENTIVADO POR SEU PAI . O QUE O LEVOU A SER JORNALISTA E A ESCREVER CRÔNICAS ?

ROBERTO -  Entrei na carreira por acaso, no jornal A Notícia: simplesmente fui atrás da primeira oferta de emprego, no início de 1979, ao chegar em Joinville. Havia uma vaga na Revisão, e a ela me candidatei, confiando unicamente no meu bom domínio do Português. O teste constava apenas de redigir uma carta, na qual devia justificar minha opção. Algo extremamente simples, imaginei, ao ser entrevistado pelo diretor de Redação do jornal, Jorge Silva. Quase todos os jornalistas da casa estavam em seus postos de trabalho, utilizando as máquinas de escrever. A solução foi me colocar na única mesa vaga naquele instante: a do próprio diretor-presidente da empresa, Moacir Thomazi. ( FOTO ABAIXO )



 Quem diria? Fazendo apenas um teste, eu já ocupava a mesa do presidente! Eu nem sequer imaginava ser aquele teste uma mera formalidade, para comprovar se eu de fato sabia escrever. O emprego, na verdade, estava praticamente garantido, graças à influência do artista plástico Victor Kursancew, muito conceituado na cidade, e amigo de meu pai – assim como ele, imigrante polonês. Só fui saber deste fato cerca de um ano mais tarde, ao fazer a reportagem sobre a morte de Victor Kursancew. Comecei na revisão, alguns meses depois passei para a reportagem policial, depois subeditor, editor e chefe de reportagem. Entre idas e vindas por AN trabalhei como repórter na RBS TV, editor no falecido jornal Extra, redator na Comunicação da WEG, redator e apresentador de boletim econômico na rádio Floresta Negra (atual Mais FM), redator, gerente e diretor na EDM Logos Comunicação (sucessora da Matriz de Comunicação) e, desde 2008, revisor, redator, editor e repórter free lancer. Comecei a escrever crônicas em 2007, no suplemento AN Cidade, passando em 2008 para o Notícias do Dia. Moveu-me, na época, a vontade de voltar a escrever, já que nas agências de comunicação meu trabalho se concentrava na edição. A crônica possibilita expressar meus sentimentos e lançar um olhar pessoal à cidade, à sociedade como um tudo e à minha experiência de vida. É como uma autobiografia sendo escrita em capítulos semanais.


2 - QUAL É A SENSAÇÃO AO ESCREVER ?
ROBERTO -  Escrevendo crônicas, expresso meu pensamento.
 
 Compartilho com os leitores minhas impressões, angústias, alegrias, lembranças e todas as emoções. No caso das reportagens, os mesmos sentimentos são das pessoas entrevistadas.

3 - QUE DIFERENÇAS VÊ ENTRE AQUELA JOINVILLE DE 1979 , QUANDO AQUI CHEGOU , E A JOINVILLE DE HOJE ?
ROBERTO -  Em apenas 35 anos, diria que participei do surgimento de uma nova cidade. Em 1979, Joinville guardava muito do bucolismo e da tranquilidade das cidades do interior - ( ABAIXO , TERMINAL CENTRAL DE JOINVILLE NOS ANOS 70 )
 
só para ilustrar: naquele ano, durante seis meses como repórter de Polícia, não noticiei um homicídio sequer. Nenhum! A cidade ficou mais cosmopolita, burocrática. Eu diria que encontrei uma situação de amadorismo e hoje vejo um crescente profissionalismo - com as vantagens e desvantagens de ambas as situações. A cada metro quadrado de paralelepípedos coberto com asfalto, a cidade foi mudando sua identidade. Mesmo assim, não perdeu o ar deliciosamente interiorano. Resumindo: a produção artesanal deu lugar à linha automatizada, mas permanece o cheirinho de strudel.

4- COMO VÊ O SETOR CULTURAL DE JOINVILLE ? O QUE PRECISA SER FEITO ?
ROBERTO -  O setor cultural acompanhou o cosmopolitismo da cidade. Se há 35 anos recitávamos de cor os nomes dos expoentes da arte e da cultura, hoje precisamos de um alentado anuário de artes para relacionar quem se dedica, profissional ou diletante, à cultura. Aumentaram os espaços, surgiu mais gente para ocupá-los e sempre há quem crie novos nichos. O grande problema, como sempre, é a dificuldade em carrear recursos para a cultura. Da banda de garagem ( ABAIXO , FOTO DA BANDA FEVEREIRO DA SILVA )  ao Festival de Dança, correr atrás de grana é a tônica. Mas o caldo cultural é rico.

5- POR ÚLTIMO , QUE MENSAGEM DEIXARIA AOS LEITORES DO ALAMEDA CULTURAL ?
ROBERTO -  A todo leitor deixo o mesmo recado: leia, leia muito, assista tudo que conseguir, consuma o que estiver ao ao alcance e dê sua contribuição à cultura e à arte. Conheça os autores locais, vá a exposições, assista a peças e filmes... Alimente-se de cultura, sempre!
 


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