terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Moço , sua carteira !
Afinal , o que faz o pessoa ser rica e poderosa ? Carros e iates ? Altos e influentes cargos políticos ? Imóveis e terrenos ? Indústrias e imensas fazendas ? Nada disso , " simplesmente " o SEU CARÁTER ! Na crônica de hoje JURA ARRUDA comenta sobre um incrível caso que ocorreu com ele mesmo e que deveria passar a se tornar comum . CONFIRA :
"A avenida Beira-Rio não existe . A rua que vai da concessionária da Peugeot até o Mercado Público
recebe três denominações em seus cerca de três quilômetros e , nenhuma delas , é o descrito acima . Do bairro para o Centro , você passa pela rua Marcos Welmuth , pela avenida José Vieira e , finalmente , pela avenida Dr. Albano Schultz . Em todas elas , você beira o rio . ( ABAIXO , TRECHO DA AVENIDA BEIRA-RIO )
Com esforço hercúleo , sob temperatura acima dos 30 graus , pedalei até o trabalho . Mochila no bagageiro , música no fone de ouvido e alguma disposição para atingir o objetivo . Quando ia pela metade da José Vieira , ouço uma voz , era de um rapaz que caminhava por ali e por quem eu havia passado uns metros antes . Ele vinha correndo atrás de mim para avisar que minha carteira havia caído . Vi-o pelo retrovisor e parei . Tirei o fone e ouvi : ' Moço , sua carteira ! '
Agradeci e achei que foi pouco o agradecimento . Afinal , ele correu atrás de mim com o único objetivo de entregar-me a carteira . Não é pouco dizer obrigado diante de atitude tão generosa ? No resto do trajeto pensei sobre isso . Amenizou eu ter certeza de que ele também ganhou o dia pelo gesto . A gente se sente bem quando faz o bem .
Ao chegar no trabalho , me lembrei que a Claudinha me mandou um e-mail sobre uma experiência feita em várias cidades do mundo para detectar os níveis de honestidade .
Como ela diz , a base do experimento não permite medir exatamente a honestidade , mas tem seu valor . Essa experiência feita pela revista 'Readers Digest ' , (FOTO ABAIXO )
consistia em deixar carteiras em pontos públicos com uma nota de 50 , informações como nome e telefone , cartões , fotos pessoais e esperar para ver o que acontecia .
Aconteceu que 11 de cada 12 finlandeses ( Helsinque - FOTO ABAIXO ) devolveram a carteira .
Na Índia ( Mumbai - FOTO ABAIXO ) nove foram os honestos .
A desonestidade , pelos critérios da revista , é prática comum em Lisboa ( uma devolução ), ( ABAIXO , FOTO DE LISBOA )
Madri ( duas devoluções ) , ( ABAIXO , FOTO DE MADRI )
Praga (três devoluções ) , ( ABAIXO , FOTO DE PRAGA )
além de Zurique , ( FOTO ABAIXO )
Bucareste ( FOTO ABAIXO )
e Rio de Janeiro ( FOTO ABAIXO ) , onde há quatro honestos para cada doze pessoas .
O Brasil não é o Rio de Janeiro , como Portugal não é Lisboa , nem Helsinque é a Finlândia inteira , mas a experiência traz ao menos uma noção do padrão de cada região pesquisada .
O moço que me devolveu a carteira esta manhã não me pareceu finlandês , tampouco tinha traços indianos . Ele parecia até bem brasileiro .
Seria ele um dos quatro honestos num grupo de doze ? Ou o Brasil não é tão desonesto quanto se pensa ? Ou seria Joinville diferente do Rio do Janeiro ? Ou há um ingrediente nisso aí que nenhuma pesquisa observou : a minha sorte . "
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