Ao longo dos séculos seguintes surgiram novas raças de cães , algumas delas , como os dobermann e os pastores alemães ,com fins militares ( os antigos macedônios chegaram utilizar cães em seu exército e os conquistadores espanhóis também os utilizaram na conquista do continente americano ) . Atualmente existem mais de 400 raças caninas e que são divididas em 11 grupos , de acordo com alguma aptidão especial daquela raça como companheirismo , caça , guarda e luxo . Uma fêmea leva 60 dias para fazer a gestação de seus filhotes e outros 45 dias os amamentando , tanto o número de filhotes por ninhada quanto a expectativa de vida dependem muito da raça do cão . Assim como os humanos , os cães exprimem sentem emoções como medo , angústia e surpresa e tristeza ; sentem doenças como resfriados e estresse e a velhice , com problemas na visão , audição e mudança de humor . Têm uma visão noturna melhor que a dos humanos , assim como os sentidos do olfato e da audição , que são muito superiores às dos humanos . Os cães são utilizados nas mais diversas funções e estão presentes em todas as formas de arte , sendo muitas vezes os protagonistas (os primeiros desenhos rupestres representando cães datam de cerca de 4.500 anos antes de Cristo ) . Bom , após você saber um pouco mais a respeito do dito "melhor amigo do homem " vem crônica de hoje , com jeito de fábula , de autoria do escritor DONALD MALSCHITZKY e que narra a saga de um vira-lata com jeito de cão aristocrata . É , com o perdão do trocadilho , uma história boa pra cachorro ! CONFIRA :
"Encontrava-o diariamente em frente a uma casa ,
quase nunca na calçada , às vezes deitado no paralelepípedo , em outras , debaixo do carro . Achava que a casa era o lar dele , mas estava enganado . Deduzi-o quando , por semanas , vi-o descansando ao abrigo do sol forte embaixo de outro carro , sempre estacionada a mais de 300 metros de onde supunha ser sua casa .
Passeia observá-lo . Sempre só , não se agrupa nem em época de acasalamento , parece aquele esperto que fica longe do ridículo dos machos para depois atacar com seu charme .
Se consegue , não sei , mas age como um cão acima dessas condutas .
É pequeno , peludo e não vive exatamente limpo ,
mas tem um andar entre digno e despreocupado . Embora aparecesse pouco em nossa rua , já pensei em dar-lhe banho , mas vai saber como reagirá . Dificilmente rosna , não corre e nunca o vi latir . Se quer atravessar a rua , atravessa com as mesmas passadas curtas e seguras de sempre , certo de que a rua é dele e tudo o mais veio depois , portanto , deve respeitá-lo .
Quem o alimenta ? Não sei , mas parece que nunca está com fome .Nos arredores , há um bar bastante frequentado nos finais de semana ;
no dia de costela não faltam cachorros dispostos à xingações , desde que recebam um naco de qualquer coisa para parar a salivação .
Mesmo estando por perto , não aparece por lá . Acho que torce o focinho ao ver as humilhações que sofrem os de sua espécie , e não está disposto a passar por isso .
Por lá andam dois ou três cães que vivem na rua ,
embora tenham donos , mas acontece de alguém chamá-los . Um deles , especialmente , é um covarde perigoso ; mais sutil do que muitas pessoas , apenas olha quando alguém passa , depois começa a traçar um arco , depois fica atrás do passante , aí ataca . Basta virar e olhá-lo para que baixe a cabeça e se torne o mais humilde dos cachorros .
Quando nosso personagem está por perto , mal se dá o trabalho de levantar a cabeça para ver o que acontece . Na certa já conhece o enredo inteiro .
Como podemos ver , é um cachorro de rua , mas com muito orgulho e independência . Agora já não é mais um sem-teto : ganhou uma casinha bem construída , com potes para a comida , tudo à sua disposição , ao lado do terreno de uma casa , mas sem muros nem cercas , nem correntes . Da varanda de seu novo lar , pode curtir a brisa e mirar o vasto quintal que tem para si : com ruas , vielas , bosques , pastos , muitas e muitas escolhas ; um quintal do tamanho do mundo . "
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